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terça-feira, 5 de março de 2019

Sucesso a dez metros de altura, Padim Ciço voador faz desfile da Ilha explodir no Rio


Nem todas as escolas de samba conseguem apresentar suas comissões de frente ao público dos Setores 12 e 13 do Sambódromo, onde os ingressos custam apenas R$ 10. Também não há jurados que justifiquem o tempo perdido com a evolução do quesito para além do divertimento do povão que ocupa as chamadas “arquibancadas populares”.

A União da Ilha, que cantou o Ceará no desfile desta segunda-feira (04), não tinha como deixar a Avenida sem brindar a si mesma com o show diante da galera. A abertura do cortejo da escola rendeu gritos e aplausos em toda a Sapucaí e precisava ser consagrada em grande estilo antes de deixar a “passarela do samba”.

Voando a dez metros de altura, o romeno Alexander Duru foi quem encarou a missão de cativar a galera, sem grandes desafios: foi só ele aparecer vestido de Padim Ciço, em cima de um drone que flutuava até a linha de visão das arquibancadas, para elas explodirem em êxtase. Pontos ganhos com os espectadores e, quem sabe, com os julgadores espalhados pela pista.

O pouso foi suave e aconteceu já na Praça da Apoteose, no meio de um círculo formado por dirigentes e torcedores da Ilha que aguardavam ansiosos pela chegada da comissão. O templo sagrado transformado em pista de aterrissagem foi palco de um encontro que resultou em muita comemoração, em alto e bom som. Junta, a Ilha abraçou Alexander. O gringo acolheu de volta a agremiação.

— Foi uma experiência fantástica. Estávamos treinando pouco, para que a surpresa não fosse descoberta. Eu já tinha feito isso em Parintins (AM), no festival de lá. Aqui, são ainda mais pessoas, milhares e milhares, contou Duru, que é engenheiro e tem o hábito incomum de voar utilizando drones há quatro anos.

Morando hoje no Canadá, o profissional trabalha com uma equipe formada por outros engenheiros que, como ele, entendem bastante do assunto. É preciso uma licença oficial para pilotar e voar no equipamento, que Duru classifica como um drone muito mais engenhoso que os comuns. Mas toda a técnica deixou de fazer sentido enquanto a emoção tomou conta dele, de quem o auxilia e dos 14 dançarinos comandados pelo coreógrafo Leandro Azevedo, contratado pela tricolor da Ilha do Governador para estrear nesta temporada.

Ao se desconectar da super-estrutura oval em que esteve seguramente amarrado para desfilar nas alturas, Alexander Duru demonstrou empolgação genuína com a sua segunda passagem pelo Brasil e mostrou que a escalada nos ares tem um quê de brincadeira de criança. Depois de receber os cumprimentos e conversar com a imprensa, despido de parte do figurino, o “padre” que mexeu com os ânimos do carnaval carioca voltou a ser menino: recebeu um par de tênis azuis, praticamente novos, e com eles em mãos voltou — até o próximo voo — a ser mais um dos turistas que invadem o Rio nesta época.

Blog: O Povo com a Notícia