Mark Zuckerberg,
presidente-executivo do Facebook, anunciou na quarta-feira (6) que as mensagens
do Messenger, do WhatsApp e do Instagram serão integradas em um canal de
comunicações "focado em privacidade".
De acordo com o texto publicado na rede social, a empresa permitirá que
usuários enviem mensagens para seus contatos usando qualquer um dos serviços do
Facebook.
A interoperabilidade será estendida também ao SMS, muito utilizado nos
EUA.
Segundo Zuckerberg, o usuário poderá manter as contas separadas se
desejar.
"Acredito que uma plataforma de comunicações com foco em privacidade
se tornará mais importante do que as plataformas abertas de hoje."
Em um discurso que cita privacidade 25 vezes — comportamento esperado
diante do escrutínio que a empresa enfrenta de reguladores — Zuckerberg destaca
que a troca de mensagens será mais segura.
A mudança, sem data para acontecer, fortalecerá interações privadas,
criptografia, interoperabilidade e armazenamento seguro.
Sobre o último ponto, Zuckerberg diz o Facebook não guardará dados
confidenciais de usuários em países que atacam direitos como privacidade e
liberdade de expressão.
A afirmação pode ser um indicativo de que ele finalmente desistirá de um espaço
na China, onde o governo controla o conteúdo da internet.
Há alguns anos, Zuckerberg tenta levar o Facebook ao gigante mercado
chinês, mas sofre negativas do governo.
O país conta com o WeChat, aplicativo nacional, líder entre os cidadãos e
que reúne uma série de serviços e de diferentes fontes de monetização — de
comunicações interpessoais a transporte e alimentação.
Apelidado de superapp, ele vem inspirando outros aplicativos ao redor do
mundo, incluindo o Facebook. Ao integrar suas plataformas, a empresa de
Zuckerberg demonstra que busca mais uma fórmula de gerar receita, embora ela
ainda não esteja clara.
"O WhatsApp não tem um modelo de negócios consolidado. A compra foi
cara e ele precisa dar um retorno financeiro. O WhatsApp Business é uma tentativa,
mas não tem gerado um grande retorno", diz Francisco Brito Cruz, diretor e
pesquisador do Internet Lab.
Segundo o especialista, o Facebook terá que resolver a contradição de
tentar tornar seus canais de mensagens cada vez mais seguros, interpessoais e
fechados à medida que o WhatsApp ganha o perfil de "praça pública" em
países emergentes, com a disseminação irrestrita de informações.
O anúncio desta quarta surge um ano após o escândalo envolvendo a
Cambridge Analytica, consultoria contratada pela equipe de Donald Trump que
direcionou propaganda política a pessoas que não autorizaram o uso de suas
informações a um aplicativo na rede social. (Via: Folhapress)
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