Diante do aumento da pressão
internacional pelos índices de desmatamento no Brasil, o presidente Jair
Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (2) que o governo pretende "desfazer
opiniões distorcidas" sobre o país e detalhar as medidas que estão sendo
tomadas na área ambiental.
"Nosso governo dará
prosseguimento ao diálogo com diferentes interlocutores para desfazer opiniões
distorcidas sobre o Brasil e expor as ações que temos tomado em favor da
floresta amazônica e do bem-estar das populações indígenas", declarou Bolsonaro
durante a cúpula do Mercosul.
É a primeira vez que a reunião
dos chefes de estado do bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai
ocorre virtualmente, por conta da pandemia do novo coronavírus.
A fala do mandatário
brasileiro revela a preocupação do Palácio do Planalto com a deterioração da
imagem internacional do Brasil, principalmente na frente ambiental. O governo
teme uma eventual fuga de investimentos estrangeiros.
A apreensão aumentou depois
que investidores que detêm US$ 3,7 trilhões em ativos administrados ao redor do
mundo assinaram uma carta aberta manifestando preocupação com a política
ambiental brasileira.
O documento gerou preocupação
no presidente, que solicitou à equipe ministerial uma reação. O Palácio do
Planalto também identificou reação negativa no exterior à informação de que a
Amazônia tem 23% da floresta em terras públicas não destinadas registradas
ilegalmente como propriedades privadas.
Com o início da época de seca
na floresta amazônica, período de maior incidência de queimadas, Bolsonaro
prepara um pacote de medidas para tentar acalmar investidores estrangeiros. Em
sua fala na cúpula do Mercosul, Bolsonaro também defendeu a agenda de
modernização do bloco que o Brasil tenta levar adiante.
"Os objetivos dessa
agenda são tornar o estado mais eficiente e a economia mais dinâmica, sempre
com vistas para a criação de mais oportunidade dos brasileiros", declarou
Bolsonaro.
Ele disse ainda esperar que o
acordo comercial celebrado entre o Mercosul e a União Europeia esteja pronto
para assinatura dos chefes de estado até o final do semestre. Num sinal de
prestígio ao bloco, para contrapor críticas que sua gestão não vê o Mercosul
como uma prioridade, Bolsonaro disse que vê o bloco como "principal
veículo" da inserção brasileira no cenário internacional.
"Mesmo com os desafios da
pandemia, nosso bloco não deixou de funcionar", afirmou.
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