A Polícia Civil deflagou, na
manhã desta quarta-feira (29), a Operação Rateio II, contra práticas de crimes
de peculato, falsidade documental e frustração de direito trabalhista no Cabo
de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. A primeira fase da Operação Rateio prendeu
o vereador Flávio do Fórum (PL).
A investigação foi iniciada em junho de 2019. De acordo com a Polícia
Civil, os investigados faziam um esquema de rachadinhas – quando o parlamentar
fica com parte do salário de funcionários – que desviou pelo menos R$ 2,6
milhões dos cofres da Câmara Municipal do Cabo.
Nesta quarta, a Polícia cumpre três mandados de prisão preventiva de
agentes públicos. As prisões foram decretadas pela 1ª Vara Criminal da Comarca
do Cabo de Santo Agostinho. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
A operação é vinculada à Diretoria Integrada Especializada (Diresp), sob a
presidência da delegada Isabela Porpino, adjunta da 1ª Delegacia de Combate à
Corrupção, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado
(Dracco).
Nas diligências, estão atuando 20 policiais civis, entre delegados,
agentes e escrivães.
Primeira
fase da operação
Na coletiva de imprensa para
detalhar as ações da Operação Rateio I, no 22 de julho, a delegada Isabela
Porpino informou que os próprios vereadores ou pessoas ligadas a eles
arrecadavam parte dos salários pagos a 11 funcionários com cargos comissionados
da Casa. Em algumas situações, por exemplo, o servidor deveria receber por
volta de R$ 12 mil e ficava com apenas R$ 1000 do ordenado.
“O presidente da Câmara era
responsável por ceder diversos assessores para esse gabinete (de Fávio do
Fórum) e publicar diversas exonerações e contratações. Para quem não entende a
razão desse movimento, demissões em massa ocorriam na Casa, mas os funcionários
eram logo recontratados, tudo isso com a intenção de apropriação das verbas
indenizatórias oriundas dessas exonerações”, pontuou a delegada.
Isabela Porpino acrescentou
que, de 2017 até agora, apenas com os vencimentos desses 11 servidores, ao
menos R$ 2,6 milhões foram desviado do Legislativo municipal pelo grupo. A
investigadora ressalta, contudo, que esse montante pode ser ainda maior, uma
vez que vários outros funcionários comissionados teriam entrado e saído do esquema
nesse período.
Ela destaca, também, que os
ocupantes desses cargos comissionados também podem responder à Justiça. “Vai
depender do esclarecimento das circunstâncias de como tudo ocorria, se eles
foram coagidos, se receberam vantagem, se concordavam com o esquema. Há vários
detalhes que precisam ser verificados até o fim das investigações”, explicou. (Via: Blog do Jamildo)
Blog: O Povo com a Notícia