A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) prendeu oito pessoas na última quarta-feira (29), suspeitas de integrar uma organização criminosa responsável por tráfico de drogas e homicídios na região de Escada, Zona da Mata de Pernambuco.
As investigações começaram em
setembro de 2019 e, ao longo do tempo, outros dez integrantes foram sendo
identificados e presos. Chefiado por um presidiário, que está encarcerado desde
2008, o grupo era reconhecido por duas características: a crueldade durante as
execuções que praticavam e um grande poder de fogo – uma pistola de 9mm e uma
espingarda .12 chegaram a ser apreendidas pelas autoridades.
O chefe da organização tem 40 anos e já passou por diversas
unidades penais do Estado. Desde 2019, está na Penitenciária de Petrolina,
Sertão do Estado. “As vítimas do grupo criminoso
eram basicamente rivais do tráfico, na disputa por região. No curso da
investigação, conseguimos realizar várias prisões e apreensões importantes”,
conta o delegado Cláudio Castro (foto), gestor do Departamento de Repressão ao
Narcotráfico (Denarc).
A meta principal era desestruturar o “segundo escalão” do
grupo criminoso. Uma das prisões importantes realizada nessa quinta foi o de
uma mulher, identificada como a contadora. “Ela tinha um destaque dentro da quadrilha. Ontem, ela estava em
posse de grande quantidade de dinheiro, entorpecentes e armas de fogo”,
detalha o delegado. Junto à suspeita foi preso o companheiro, que também
trabalhava na organização.
Outro elemento identificado foi o irmão do chefe, que também
trabalhava ativamente. Sua casa, localizada na zona rural de Escada, além de
destoar do estilo das demais, servia como “central de distribuição” de
armamento e droga. Ele está foragido. Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de
busca e apreensão e 16 mandados de prisão – 7 contra pessoas que estavam livres
e 9 contra elementos que já estavam reclusos, além de um flagrante (companheiro
da contadora). Só na quarta foram apreendidos um quilo de crack, 350 gramas de
cocaína – ambas para refino -, dois celulares, três balanças, R$ 21.395,35, uma
pistola calibre 40 com dois carregadores, uma pistola 9 mm com três
carregadores, uma espingarda calibre 12 e mais de 20 projéteis de calibres 40,
9 mm e 12.
Mortes
Ao menos nove assassinatos são atribuídos ao grupo criminoso,
todos ocorridos na Mata Sul do estado. Ainda em dezembro de 2019, enquanto as
investigações estavam em andamento, foi necessário realizar uma intervenção
tática para prender alguns integrantes e evitar mais mortes. Cerca de 15
homicídios teriam sido evitados ao longo do inquérito. Como citado no início da
reportagem, a crueldade empregada nas execuções chamava a atenção, além das
motivações banais. “Chegaram a decepar, com facão, os dedos de um homem que era
pai-de-santo e, supostamente, teria feito um trabalho para um dos integrantes
se apaixonar por ele”, conta Cláudio Castro.
Os trabalhos foram liderados pela equipe da 4ª Delegacia de Repressão ao Narcotráfico, do Cabo de Santo Agostinho. A Delegacia de Escada também ajudou nas investigações e ficará responsável por apurar os assassinatos cometidos pelo grupo. “Ainda temos alguns interrogatórios para fazer. Mas nada impede que novas circunstâncias e informações possam surgir”, conclui o gestor do Denarc. (Via: Diário de PE)
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