As escolas particulares de Pernambuco – são cerca de 2.400, com 400 mil
alunos matriculados e 20 mil docentes – planejam entregar ao governo, até a
próxima sexta-feira (03), uma proposta de calendário de retomada das aulas
específico para a rede privada. Esse segmento educacional do Estado tinha a
expectativa de que o governo liberasse as aulas presenciais a partir de meados
de julho, mas nesta terça-feira (30) o governo anunciou que o decreto que
suspende as aulas presenciais terá validade até 31 de julho.
“Não é uma atitude de exclusão ou de confronto. Mas a maioria das
escolas privadas está em fase de conclusão das adequações necessárias para o
retorno das aulas, seguindo todos os cuidados de segurança. Vamos apresentar
uma proposta com cronograma e com sugestão das etapas que devem voltar
primeiro”, afirma o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de
Pernambuco (Sinepe), José Ricardo Diniz.
A entidade defende que os extremos da educação básica retornem
primeiramente: alunos do 3º ano do ensino médio e da educação infantil. “A
razão da série final do médio é por conta do Enem e dos vestibulares. Para a
educação infantil, há dois fortes motivos: o fato de as crianças pequenas terem
mais dificuldades em desenvolver as atividades não presenciais e os pais, na
grande maioria, estarão retornando aos seus locais de trabalho e terão a real
necessidade de levá-las à escola”, ressalta José Ricardo.
Segundo o secretário de Educação e responsável pelo planejamento dos
protocolos da área educacional, Frederico Amancio, o plano não vai diferenciar
as redes. “Não haverá plano de retomada das aulas diferente por rede. Será um
plano único, onde todos terão que seguir os protocolos”, explica.
FACULDADES
O presidente do Sindicato das Instituições de Ensino Superior de Pernambuco,
Jânyo Diniz, defende que o governo libere ao menos as atividades práticas este
mês. “Diferente do ensino superior público, as faculdades privadas vêm com
ensino remoto desde o início da pandemia. Os estudantes têm mantido uma rotina
de aulas nos mesmos horários, com as mesmas turmas e os mesmos professores. A
diferença é que cada um está na sua casa”, afirma Jânyo.
“Nossa preocupação é com os alunos que dependem de aulas práticas para
concluir o semestre letivo, sobretudo os que vão se formar. Porque o cronograma
de aulas, embora no modelo remoto, foi concluído no tempo previsto”, justifica.
“Entre 75% e 80% dos alunos do ensino superior privado trabalham. Na
prática, com a retomada das atividades econômicas, eles já estão na rua. O
governo poderia pelo menos liberar as atividades práticas, seguindo todos os
protocolos de segurança”, diz.
“Uma alternativa seria realizar essas aulas práticas em horários que não
impactassem no trânsito. Essa foi uma das sugestões que o sindicato apresentou
ao secretário de Educação numa reunião que houve para tratar do plano de
retomada das atividades na educação”, explica Jânyo, que também é presidente do
Grupo Ser Educacional. O Estado possui cerca de 90 faculdades particulares,
segundo ele.
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