O senador José Serra (PSDB-SP) é alvo da
operação Lava-Jato nesta sexta-feira (03). Ele foi denunciado pelo Ministério Público
(MPF) por suspeita de lavagem de dinheiro transnacional. A filha do
parlamentar, Verônica Allende Serra, também é investigada.
As
ordens foram expedidas pela Justiça Federal que determinou ainda o bloqueio de
R$ 40 milhões em uma conta na Suíça. Os mandados de busca e apreensão
relacionados ao caso acontecem em São Paulo e no Rio de Janeiro.
De
acordo com o MP, José Serra usou o benefício de sua influência e cargo público
para receber pagamentos indevidos da Odebrecht, entre 2006 e 2007, em troca de
benefícios às obras do Rodoanel Sul.
“Milhões
de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de
offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse
detectado pelos órgãos de controle”, diz a nota do MPF.
Codinome “Vizinho”
O
nome do senador apareceu nas investigações da Lava-Jato em 2017, quando o
executivo Fabio Gandolfo, um dos delatores da Odebrecht, afirmou que o tucano
recebeu R$ 4,67 milhões em 2004 sobre obras da Linha 2-Verde do Metrô de São
Paulo.
O valor,
repassado sob os codinomes “vizinho” e “careca”, era parte de um “compromisso”
de 3% do contrato do transporte paulista. “O vizinho eu consegui detectar só R$
4,67 milhões”, afirmou o delator. “Esse codinome vizinho, estou falando de
2004, 2006, ele ficou meio conhecido dentro da empresa nas pessoas que tinham
atividade complementar, de fazer programação. O vizinho ficou meio conhecido
como Serra. A gente sabia.”
À
época, a assessoria de imprensa de José Serra se manifestou afirmando que o
senador não cometeu irregularidades e que o inquérito aberto pelo STF seria a
oportunidade do tucano demonstrar que o conteúdo das delações eram
infundados.
Blog: O Povo com a Notícia