A
Europa ultrapassou, nesta quinta-feira (23), 3 milhões de contágios, e a
América Latina superou os 4 milhões, metade deles no Brasil, onde a pandemia
segue sem controle, com quase 68.000 novos casos em 24 horas. No total, o novo
coronavírus matou pelo menos 627.000 pessoas desde que surgiu no final do ano
passado na China e causou mais de 15 milhões de infecções em todo mundo.
Apesar dos balanços alarmantes,
autoridades e cidadãos estão cientes de que o número real de infecções e mortes
é, sem dúvida, superior. O uso obrigatório de máscaras, o retorno das
restrições diante de novos surtos, os avanços em direção a uma vacina, ou tratamento
eficaz, previsões mais ou menos encorajadoras, ocupam a agenda do planeta.
A isso, soma-se o impacto econômico da pandemia, que mergulhou grande
parte do mundo em recessão e está causando falências, desemprego e um
preocupante aumento da pobreza.
A ONU considerou nesta
quinta-feira que é "urgente" conceder uma renda mínima temporária aos
mais pobres do mundo para interromper os efeitos da pandemia.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
cerca de US$ 199 bilhões por mês poderiam "fornecer uma renda mínima
garantida por seis meses para os 2,7 bilhões de pessoas que vivem abaixo, ou
logo acima da linha de pobreza, em 132 países em desenvolvimento".
1,5 milhão de casos por
semana
A pandemia "agora está se espalhando a uma taxa de mais de 1,5 milhão de novos casos por semana, especialmente nos países em desenvolvimento, onde sete em cada 10 trabalhadores vivem, graças aos mercados informais, e não podem ganhar dinheiro, se permanecerem em suas casas", segundo a ONU.
Com a crise causada pela pandemia de COVID-19, o Fundo Monetário
Internacional (FMI) espera uma recessão de 4,9% neste ano. Milhões de pessoas
no mundo estão, ou estarão, desempregadas em 2020.
Para mitigar o impacto da pandemia, a União Europeia (UE) aprovou nesta
semana um plano de recuperação e um orçamento para os próximos sete anos,
apresentados nesta quinta-feira perante o Parlamento Europeu.
Embora o plano seja um triunfo para o bloco e mostre sua
"solidez", de acordo com o presidente do Conselho, Charles Michel,
também tem uma desvantagem.
Sem controle
No Brasil, com uma população de 212 milhões de habitantes, a curva pandêmica está longe de ser controlada. Nas últimas 24 horas, o país registrou mais de 1.200 óbitos.
No Brasil, com uma população de 212 milhões de habitantes, a curva pandêmica está longe de ser controlada. Nas últimas 24 horas, o país registrou mais de 1.200 óbitos.
Além disso, os especialistas consideram que os números são muito
subvalorizados, devido à falta de testes de detecção de coronavírus.
O presidente Jair Bolsonaro, que minimizou a gravidade da pandemia desde o
seu início, testou novamente positivo para a COVID-19 na quarta-feira, duas
semanas após receber o primeiro diagnóstico positivo, segundo fontes oficiais.
O México, com mais de 41.000 mortes e mais de 362.000 infecções, é o
segundo país da região e o quarto do mundo mais atingido pela pandemia. No
Peru, as 17.000 mortes por coronavírus foram superadas após a soma ao balanço
de mais de 3.600 mortes que não haviam sido contabilizadas oficialmente pelas
autoridades de saúde, informou a nova ministra da Saúde, Pilar Mazzetti.
Nos Estados Unidos, houve mais de 60.000 infecções em 24 horas. O país já
registra quase quatro milhões de infecções e mais de 143.000 mortes. A
Califórnia é o estado mais afetado, com quase 415.000 casos de contágio e 7.870
óbitos.
A prefeita de Washington, Muriel Bowser, ordenou que os moradores da
cidade cubram o rosto, quando saírem de casa.Em Melbourne, segunda cidade da
Austrália, o uso da máscara é obrigatório a partir desta quinta-feira sob pena
de multa, devido ao aumento de casos.
Na Bélgica, o governo também ordenou seu uso em todos os lugares públicos,
abertos ou fechados, que estiverem muito lotados.
A evolução da pandemia também é preocupante na África do Sul, o país mais
atingido do continente africano, onde o número de mortes diárias aumenta e se
aproxima de 500.
O país já contabilizou quase 6.000 mortes, segundo dados oficiais.
Especialistas acreditam que esse balanço deveria ser corrigido, pois houve um
aumento suspeito e incomum de 60% nas mortes por causas naturais nas últimas
semanas, certamente ligadas ao coronavírus. (Via: Folha PE)
Blog: O Povo com a Notícia