Desde que Jair Bolsonaro (sem partido) assumiu o mandato para presidente da República, em janeiro de 2019, o mercado de armas de fogo aqueceu no país. O site Poder 360 realizou um levantamento em que mostrou um crescimento nos novos registros de armas e de importação de pistolas e revólveres triplicaram de 2018 para 2020.
Os novos registros de armas junto à Polícia Federal, em 2020, bateram o recorde da série histórica, que começou em 2009. Os dados de janeiro a novembro deste ano (168.019) já superaram os de todo 2019 (94.064). Eis a íntegra (321 KB) dos dados da PF –que vão até novembro de 2020.
Antes de Bolsonaro assumir o mandato, o aumento anual de novos registros não ultrapassava 40%. De 2018 (foram 51.027 novos registros) para 2019, houve crescimento de 84%. Do ano passado para os 11 primeiros meses deste, a alta foi de 79%. Em comparação com 2018, os números de 2020 já triplicaram e podem aumentar ainda mais quando os dados de dezembro forem divulgados.
Welliton Caixeta Maciel, pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Violência e Segurança da UnB, afirmou que “existe um lobby muito forte da indústria armamentista“. “Esse lobby vem sendo construído há muito tempo no Congresso e, com o atual governo, se viu favorecido“.
O professor da USP e pesquisador sobre políticas de segurança pública, Leandro Piquet Carneiro, disse que o aumento no número de novos registros de armas ocorreu pela “desorganização do ambiente regulatório que o governo Bolsonaro tem promovido“. Segundo ele, o governo enfraqueceu as regras do processo de compra e de registro de armas. “Hoje é mais fácil comprar uma arma. A sociedade perde muito com isso“.
“O que a gente tem observado é uma estratégia política, uma política de governo, no sentido de ceder a esse discurso armamentista e com isso facilitar o acesso ao porte de armas. Isso é perceptível em vários momentos, as arminhas na mão e as várias normativas“, destacou Maciel ao Poder 360.
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