O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (15) que agora, com a queda no preço do barril de petróleo tipo Brent, referência internacional, a Petrobras acompanhe a flutuação para baixo e reduza o aumento anunciado na semana passada – alta de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel. O acréscimo foi agravado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que já dura 20 dias.
Um dia após o anúncio da estatal, o Congresso Nacional aprovou,
e Bolsonaro sancionou, o projeto de lei que altera a regra de incidência do Imposto sobre Operações
relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre Combustíveis,
numa tentativa de amenizar o repasse da alta dos preços ao consumidor final.
“Estamos
tendo notícias de que, nos últimos dias, o preço do petróleo lá fora tem caído
bastante. A gente espera que a Petrobras acompanhe a queda de preço lá fora.
Com toda a certeza, ela fará isso daí”, disse o presidente, durante cerimônia
no Palácio do Planalto.
“Ao que tudo
indica, os números de agora, em especial o preço do barril de petróleo lá fora,
sinalizam para uma normalidade no mundo. Espero que assim seja. E espero que a
nossa querida Petrobras retorne aos níveis da semana passada os preços dos
combustíveis no Brasil”, acrescentou.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também
discursou e disse que o Brasil está “preparado para reagir”, caso ocorra o que
chamou de “segunda guerra mundial”, motivada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. A guerra
entre os dois países provocou o aumento do preço do petróleo no mundo todo. A
Rússia é um dos maiores exportadores mundiais de petróleo.
“Nós temos um
protocolo de guerra todo preparado [para reagir]. […] Nós estamos com o déficit
zerado. Nós estamos prontos para outra briga. Se vier uma Segunda Guerra
Mundial aí, nós estamos prontos de novo. Nós vamos expandir de novo porque nós
estamos com o déficit zerado”, disse o ministro.
Depois
da declaração, Guedes foi ao encontro de jornalistas para se explicar. “Não
estou falando de Segunda Guerra Mundial [como os conflitos planetários que
marcaram o Século 20]. Nada disso. [Guerra entre Rússia e Ucrânia] subiu o
combustível, os fertilizantes, e isso nos atinge. Aí eu quis dizer que se
houvesse essa guerra do petróleo, essa guerra dos grãos, nós vamos estar
preparados para reagir. Só isso.” Guedes usa a crise da pandemia do coronavírus
como “primeira guerra mundial”.
Reajuste no preço dos combustíveis
O
reajuste anunciado pela Petrobras começou a valer na última sexta-feira. O
preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passou de R$ 3,25 para
R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%. Para o diesel, o preço médio passou de
R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%.
O GLP,
conhecido como gás de cozinha, também ficou mais caro. O preço médio de venda
do GLP da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 16,1% e passou de
R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13 kg
“Apesar da disparada dos
preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como
decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras decidiu não repassar
a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos
preços de petróleo”, afirmou a estatal, em comunicado.
A empresa argumentou que os valores refletem parte da elevação dos
patamares internacionais, impactados pela oferta limitada frente à demanda
mundial por energia.
O governo federal estuda uma forma de segurar os preços dos combustíveis. A equipe econômica avalia repassar o custo da alta do petróleo no mercado internacional para a estatal ou criar novo programa de subsídios.
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