As cenas em Planaltina envolvendo um casal e um morador de rua que ganharam repercussão nacional, até o momento, contavam apenas com a versão do personal trainer Eduardo Alves, que espancou o sem-teto flagrado mantendo relações sexuais com sua esposa. O educador físico alegou que a companheira estava em surto psicótico e, por essa razão, teria sido vítima de um estupro.
Quatorze dias após o episódio
que surpreendeu o Brasil e inundou as redes sociais com as opiniões mais
diversas, o Metrópoles encontrou o sem-teto que, em entrevista
exclusiva, narrou o que teria acontecido na noite do último dia 9 de março. As
imagens em que ele aparece apanhando foram gravadas por câmeras de segurança de
uma casa.
Veja o vídeo da entrevista do morador de rua :
Baiano de 48 anos, Givaldo Alves, assim como em depoimento à polícia,
reafirmou que a relação com a mulher foi consensual e que, inclusive, foi
convidado por ela a entrar no veículo, mesmo após dizer que não “tinha tomado
banho”. “Eu andava pela rua e ouvi um grito: ‘moço, moço’. Olhei para trás e só
tinha eu. E ela confirmou comigo dizendo: ‘Quer namorar comigo?’”.
“Moça, eu não tenho dinheiro, sou morador de rua. Não tenho dinheiro nem
para te levar ao hotel. Então, ela disse: ‘Pode ser no meu carro’”, iniciou.
A entrevista foi concedida na tarde dessa quarta-feira (23/2), após
várias tentativas de contato da reportagem com o principal personagem desse
inusitado caso. Durante 47 minutos, Givaldo Alves mostra ser articulado, diz
gostar de literatura e conta já ter exercido inúmeras atividades laborais, como
operário na área de construção civil e como motorista responsável pelo
transporte de produtos perigosos (MOPP).
“Não cometi estupro”
Givaldo diz que foi casado, tem uma filha de 28 anos e peregrinou por
cidades da Bahia, Tocantins, Minas e Goiás até chegar a Brasília. Desde então,
alterna a rotina nas ruas entre abrigos públicos e casas de passagens.
Num dos momentos mais importantes da conversa, ele rebate as acusações
do personal sobre o crime de estupro. “Deus me colocou em um lugar cercado por
câmeras que comprovam não ter havido nada disso (estupro). Se fosse outro
morador de rua, possivelmente já estaria preso”, disse, aliviado.
Ao ser agredido pelo educador físico, Givaldo
conta ter reagido e revidado. “Nós trocamos socos”. O sem-teto diz que só tomou
conhecimento de que a mulher era casada quando recebia atendimento médico no
hospital. Até então, ele achava ter sido vítima de uma retaliação após
testemunhar um motorista em um carro arrastando propositalmente uma mulher na
região alguns dias antes. Por essa razão, deduzia que o autor do crime poderia
estar se vingando.
Em função da briga com o personal, Givaldo sofreu um edema no olho e
ficou com a costela quebrada. Sem acreditar na notoriedade que ganhou nas redes
sociais, o sem-teto comenta a situação: “Não me arrependo”.
Por conter falas consideradas explícitas e inapropriadas, o Metrópoles decidiu silenciar algumas partes do vídeo. (Via: Metrópoles)
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