O pré-candidato a presidente Sergio Moro (Podemos) disse em nota que "lamenta profundamente as graves declarações" atribuídas ao deputado estadual Arthur do Val (SP), de teor sexista.
"O tratamento dispensado às mulheres ucranianas refugiadas e às policiais do país é inaceitável em qualquer contexto. As declarações são incompatíveis com qualquer homem público", afirma o ex-juiz, acrescentando que as falas podem ser consideradas criminosas. "Tenho uma vida pautada pela correção e pelo respeito a todos -tanto no campo público quanto na vida privada. Portanto, jamais comungarei com visões preconceituosas, que podem inclusive ser configuradas como crime", diz.
Moro indicou ainda que não dividirá palanque com o parlamentar, que se filiou ao Podemos para disputar o governo de São Paulo, e pede providências de sua legenda. "Jamais dividirei meu palanque e apoiarei pessoas quem têm esse tipo de opinião e comportamento. Espero que meu partido se manifeste brevemente diante da gravidade que a situação exige", afirmou.
Na quarta-feira (2), Moro elogiou a iniciativa do deputado e de Renan Santos, líder do MBL (Movimento Brasil Livre), de viajaram ao leste europeu. "O Dep. Arthur do Val e Renan Santos, do MBL, decidiram reportar in loco o conflito na fronteira da Ucrânia. Também angariaram ajuda financeira para amparar refugiados. É sempre louvável quando saímos do discurso e partimos para a prática", escreveu.
Nesta sexta (4), áudios atribuídos a Do Val, conhecido como Mamãe Falei, circularam em redes sociais. Neles, o parlamentar faz comentários sexistas sobre as mulheres da Ucrânia, para onde viajou com a justificativa de ajudar as vítimas da invasão russa.
Nos áudios, o pré-candidato ao Governo de São Paulo teria afirmado que as ucranianas são "fáceis" de pegar por serem pobres - e que a fila de refugiados da guerra tem mais mulheres bonitas do que a "melhor balada do Brasil".
Arthur do Val se encontra num voo rumo ao Brasil, segundo o MBL, que diz que não conseguiu contato com ele e por isso ainda não se manifestou. A voz dos áudios é idêntica à do deputado, mas integrantes da organização afirmam não terem recebido as mensagens em seus grupos de WhatsApp.
Um segundo áudio descreve como o deputado supostamente teria usado seus 730 mil seguidores no Instagram para se aproximar de mulheres ucranianas. "Elas olham [para ele, Arthur] e vou te dizer: são fáceis porque elas são pobres. E aqui, cara, minha carta do Instagram, cheio de inscritos, funciona demais. Funciona demais. Depois eu conto a história", diz.
Tenho uma vida pautada pela correção e pelo respeito a todos –tanto no campo público quanto na vida privada. Portanto, jamais comungarei com visões preconceituosas, que podem inclusive ser configuradas como crime.
Meu respeito incondicional às mulheres em geral e às ucranianas, em especial, porque além de todos os problemas diários enfrentados, precisam conviver com os horrores da guerra.
Jamais dividirei meu palanque e apoiarei pessoas quem têm esse tipo de opinião e comportamento. Espero que meu partido se manifeste brevemente diante da gravidade que a situação exige." (Via: Folhapress)
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