No mesmo dia em que o PSB acertou a filiação de Geraldo Alckmin ao partido e afirmou que ele será indicado candidato a vice na chapa de Lula, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) fez ácidas críticas ao PT em um jantar com empresários em São Paulo. Detalhe: ela estava ao lado do namorado, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), que é da cúpula da legenda e havia se reunido com o ex-governador algumas horas antes.
Em primeiro lugar, Tabata afirmou que vem “lutando
bravamente” contra uma federação de seu partido com o PT. Informou que a ala
paulista do partido tem posição “unânime” contra a proposta – o que nunca foi
dito tão explicitamente pelas principais lideranças da legenda em SP. E disse
que, com a união, o PSB se tornaria uma sublegenda, o que prejudicaria a
agremiação, definida por ela como “a maior e talvez única alternativa que olha
para frente, como progressista”.
“Acho que o Brasil comporta e precisa de uma esquerda mais
moderna, que não olhe para União Soviética, ou para a Venezuela, mas sim para
Portugal, ou para a Espanha, ou ainda para o Partido Democrata, nos EUA”,
afirmou. Chegou a dizer também que é contra “qualquer passada de pano para
ditadura e autoritarismo”.
Ela disse ainda discordar “de todos os posicionamentos que o
PT vem tendo”, e que “aí entra meu realismo otimista, de achar que, tudo bem,
se não vai ter terceira via, também não é por isso que vou me contentar com
esse PT que está se apresentando”.
O enterro da federação não inviabiliza uma aliança com Lula,
tendo o ex-governador de São Paulo como vice. “Já que a gente vai ter o Lula,
que seja com um vice como Geraldo Alckmin”, afirmou a deputada, afirmando ser
necessário “estressar o máximo o programa que eles [petistas] querem colocar na
rua”.
João Campos e Tabata contaram aos empresários, reunidos pelo
grupo Esfera, que participaram com entusiasmo dos esforços para viabilizar um
candidato da terceira via, como o apresentador Luciano Huck ou a empresária
Luiza Trajano.
Com um discurso mais moderado em relação ao PT, o prefeito de
Recife afirmou que “não gostaria de ver o Brasil chegando a essa situação”, de
ter uma eleição polarizada entre Jair Bolsonaro e Lula. “Mas chega uma hora em
que você se dá por derrotado. Haverá Lula e Bolsonaro. E, no nosso caso, vamos
ficar com o Lula”, disse.
Questionados sobre os votos que deram na reforma da
Previdência – ele, contra, e ela, a favor –, Campos afirmou que hoje, depois da
experiência como prefeito da capital pernambucana, mudaria alguns
posicionamentos. Já Tabata foi elogiada. “A turma toda aqui agradece a tua
posição”, disse o empresário Lírio Parisotto. (Por
Blog: O Povo com a Notícia