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sábado, 9 de abril de 2022

Com 28 câmeras de segurança controladas por presidiário, 'fortaleza do tráfico' é desmontada em operação policial

Uma central de distribuição e armazenamento de drogas foi desmontada pela Polícia Civil durante uma operação do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Chamado de “fortaleza do tráfico”, o imóvel contava com sistema de monitoramento de vídeo com 28 câmeras, controladas por um presidiário, de dentro da cadeia. Dois homens foram presos.

Realizada na quinta (7), a ação é um desdobramento da Operação Smurfing, deflagrada em março deste ano. Na primeira etapa, a polícia tinha como objetivo cumprir 75 mandados de prisão e 45 de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens e bloqueio de ativos para 16 estados.

Os detalhes da operação policial no Cabo de Santo Agostinho foram divulgados nesta sexta (8), durante entrevista coletiva concedida no Recife.

Segundo a polícia, uma mulher, identificada como “rainha do tráfico”, está foragida. Ela é esposa do líder do grupo, que está preso e é o mesmo que controla a "fortaleza do tráfico" no Cabo.

Os dois tinham sido presos em 2019, mas a mulher recebeu o direito de deixar a cadeia. Assim, assumiu a coordenação do comércio de drogas na região, de acordo com a polícia.

Na central de drogas, a polícia informou ter encontrado entorpecentes, como crack, cocaína e maconha. Em outra residência, foram apreendidas cédulas de dinheiro de diversos valores.

A Polícia explicou a organização criminosa funcionava da seguinte maneira: enquanto o líder comandava tudo, a partir do presídio e do monitoramento pelas câmeras da "fortaleza", a mulher dele coordenava as atividades nas ruas.

A corporação disse, ainda, que havia “um rígido controle do repasse de drogas” e de “coleta de dinheiro”. Além disso, ressaltou a polícia, as câmeras estavam instaladas em locais estratégicos, no entorno da "fortaleza do tráfico".

Assim, os integrantes da organização acompanhavam a movimentação de compradores de drogas e até mesmo da polícia.

“Essas duas pessoas que foram presas em flagrante são ligadas a um casal que tem um domínio do tráfico. Eles atuavam nas mediações dessa casa, no Centro do Cabo, que fazia a venda direta para os usuários”, afirmou o delegado Ney Luiz, um dos responsáveis pelas investigações.

Ainda de acordo com o delegado, a organização recebia o dinheiro da venda de drogas por meio de um cano. Esse sistema também era usado para a entrega de pequenas quantidades de drogas para os “clientes” da “fortaleza do tráfico" .

Ney Luiz afirmou também que a quadrilha movimentou cerca de R$ 40 mil em seis meses. “Diariamente, seriam depositados até R$ 5 mil pela quadrilha”, afirmou.

Para despistar a polícia, a organização usava também um comércio de fachada. Era uma barraca de venda de churrasquinhos, que também funcionava como ponto de drogas.

“Existem informações e homicídios ligados ao grupo. Eles agiam com bastantes violência”, disse o delegado, durante a coletiva.

A Operação Smurfing partiu de uma investigação que era realizada a partir de uma organização criminosa de Ipojuca, no Grande Recife, desde novembro de 2018.

Segundo a Polícia Civil, foram identificados "braços" financeiros e operacionais da organização criminosa em vários locais do país. A corporação definiu essa como a "maior e mais abrangente operação de repressão qualificada de sua história".

A partir da investigação em Ipojuca, os policiais acompanharam o caminho do dinheiro obtido por meio do tráfico, passando pelos operadores financeiros e empresas utilizadas por uma organização criminosa para lavagem de dinheiro.

As apurações, ainda de acordo com a corporação, revelaram uma relação dos envolvidos com investigados na Bolívia, sobretudo alvos residentes na região de fronteira.

As informações indicaram que a região é, provavelmente, uma das rotas pelas quais drogas ilícitas com origem boliviana entram no país.

Smurfing é uma tipificação de lavagem de dinheiro, que consiste no fracionamento de uma grande quantia em pequenos valores, de modo a escapar do controle administrativo, camuflando assim transferências e operações financeiras. (Via: G1 PE)

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