Valor foi calculado com base em armas abandonadas na fuga de suspeitos. De 10 armas apreendidas, 9 são de uso restrito, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Valores.
O grupo criminoso que teve a tentativa de assalto frustrada em Guarapuava,
região central do Paraná, na noite do último domingo (17) ainda pode ter tido um prejuízo de aproximadamente R$ 290 mil com o
armamento abandonado durante a fuga.
Segundo
a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), os cerca de 30 criminosos
que tentaram assaltar uma transportadora de valores abandonaram, enquanto
fugiam, pelo menos 10 armas (Veja lista com valores abaixo).
Dois
policiais militares e um morador ficaram feridos durante a ação que aterrorizou
a cidade de quase 190 mil habitantes. Um suspeito foi detido e
liberado após cinco horas de depoimento.
Ao g1, o
advogado Ruben Schechter, presidente da Associação Brasileira das Empresas de
Transporte de Valores (ABTV) e da Federação Nacional das Empresas de Transportes
de Valores (Fenaval), explicou que grupos como o que atacou Guarapuava possuem duas formas de conseguir as armas:
comprando, por meio do tráfico, ou alugando de intermediários.
Para o calculo de possível prejuízo
de R$ 290 mil, estimado pelo especialista, foi adicionado 20% ao valor do
armamento no mercado internacional. Esse percentual, conforme Schechter, foi
definido a partir de análises de outros crimes monitorados pela ABTV.
Os criminosos têm acesso a estas
armas, geralmente, pelo tráfico internacional. Às vezes, desvios ocorridos
dentro de Forças Armadas em países vizinhos. Quando elas [armas] estão sendo
traficadas, tem valor, em média, 20% acima do preço médio do mercado internacional",
explicou Schechter.
Das armas apreendidas, nove são de
uso restrito das forças armadas, de acordo com Schechter. No Brasil, o controle
deste tipo de equipamento é feito pela Diretoria de Fiscalização de Produtos
Controlados (DFPC), do Exército Brasileiro.
Ainda segundo Schechter, no
caso de aluguéis de armas, quando os criminosos deixam equipamentos para trás,
o prejuízo é ainda maior porque eles precisam, de alguma forma, compensar a
perda.
O
comportamento de aluguel de armas foi observado, de acordo com o advogado, em
outros ataques similares.
"Na
perda destes equipamentos a gente observa que os criminosos tem dificuldade
para repor, justamente, porque o acesso é mais complicado. E é comum neste tipo
de empreitada criminosa, que eles se responsabilizem pelas armas, ou seja, se
perderam, terão que repor de algum forma".
Carros
Oito veículos de luxo utilizados durante a tentativa de assalto foram
abandonados pelos criminosos e encontrados na zona rural de Guarapuava na segunda-feira (18), em uma estrada
do distrito de Palmeirinha.
Pelo menos
cinco dos carros, segundo a PM, são blindados.
Para Schechter, levando em
consideração outros grandes assaltos a transportadoras ao redor do Brasil, os
veículos não devem ter sido blindados pelos criminosos, mas, sim, roubados por
eles com estas características.
O advogado
informou que, para blindar veículos como os apreendidos, o custo seria de
aproximadamente R$ 60 mil no mercado regular. Há, entretanto, dificuldade
técnica para este tipo de serviço.
"Geralmente, para a blindagem de veículos no
Brasil, os elementos como vidros, placas, que são utilizados em veículos de
luxo, são produtos controlados pelo Exército e que são aplicados por
blindadoras. Não temos muitos desvios deste tipo de material. É muito difícil,
mas não é impossível. Pelo histórico que a gente observa, eles furtam veículos
deste tipo em outros estados ou em outros países, como Paraguai, Argentina,
Uruguai, Peru e Bolívia".
Confira, abaixo, os
carros apreendidos pela polícia:
DOIS SANTA FÉ
UM ASX
UM TIGUAN
UM FREELANDER
UM OUTLANDER
UM LAND ROVER
UM VIRTUS
A Polícia Militar não especificou, até o fechamento
desta reportagem, quais dos carros apreendidos eram blindados.
"Por outro lado, este evento demonstra um resultado positivo frente à ação das empresas de valores, que investiram fortemente em elementos alternativos de segurança que pudessem viabilizar a proteção não só das empresas, mas também dos funcionários. Então, mesmo com a tomada da cidade, a gente observa vítimas, mas os vigilantes que estavam na base acabaram não sendo vitimados, uma coisa que costumava acontecer antigamente", finalizou Schechter. (Clique aqui e leia a matéria na íntegra do G1).
Acompanhe o Blog O Povo com a Notícia também nas redes sociais, através do Instagram e Facebook.
Blog: O Povo com a Notícia