É pouco provável que exista qualquer maneira para punir o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por possíveis crimes de guerra cometidos na invasão da Ucrânia.
Apesar do aumento das pressões mundiais, castigar o líder
russo causaria grande tensão internacional e poderia acentuar o conflito no
Leste Europeu, apontam o diretor executivo do Instituto Global Attitude e
especialista em relações internacionais, Rodrigo Reis, que analisou o cenário a
convite do Metrópoles.
Com o
avanço das tropas russas na Ucrânia, líderes mundiais e entidades de direitos
humanos passaram a apontar supostos crimes de guerra e crimes contra a
humanidade cometidos sob o comando de Putin.
As
acusações mais frequentes são de atentados propositais a hospitais, casas e
civis não combatentes, além de ataques brutais com uso de armas e bombas de
potencial extremo, e até mesmo genocídio.
Organismos
internacionais, como a União Europeia e a Organização das Nações Unidas (ONU), analisam se esses bombardeios podem ser
classificados como crimes de guerra, o que levaria a duras condenações contra a Rússia.
Na
avaliação de Rodrigo Reis, a possibilidade de punir Putin é “muito remota”.
O
principal mecanismo para punir Putin seria uma condenação no Tribunal Penal
Internacional em Haia, na Holanda. Para Reis, entretanto, impor algum tipo de
sanção geraria uma grave crise internacional.
“Seria
como uma guerra mundial. Os países iriam se alinhar em diferentes nichos. Para
pegar Putin, teriam que invadir a Rússia e tirá-lo do poder”, avalia.
Outra dificuldade é o risco de
acentuar a investida contra a Rússia. “Putin veio se preparando para a guerra
politicamente e financeiramente. Ele tem um planejamento a médio e longo
prazos”, pontua.
O analista frisa que mesmo a Ucrânia desistir do desejado ingresso na Organização
do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não interrompe a guerra.
“Putin não vai se contentar com a neutralidade”, resume.
O especialista em relações internacionais acredita que o conflito é o principal
no mundo após a Guerra Fria. “Vai marcar o século 21. É um conflito na Europa,
que tem raízes profundas e questões históricas”, conclui.
O futuro
Reis é categórico ao comentar o futuro do conflito. “Não acredito que esse
conflito irá se encerrar rapidamente. Tem muito o que se desenrolar ainda”,
salienta.
Ele não acredita, no entanto, que outros países irão se envolver
militarmente no conflito. “Não vão efetivamente colocar exércitos e mobilizar
militarmente a máquina de guerra para apoiar a Ucrânia”, acrescenta.
Contudo, ele faz um alerta para um possível recrudescimento dos combates.
“Se Putin quisesse, a Ucrânia já não teria um prédio em pé. Aparato militar da
Rússia tem mais mais potencial do que se tem mostrado até agora”, explica.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da
possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na
prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa
alegação, invadiu o país liderado por Volodymyr Zelensky, em 24 de fevereiro. Os ataques não
cessam, e neste domingo (10/4) a guerra completa 46 dias. (Via: Metrópoles)
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