As previsões de hoje (1° de maio) até o mês de julho, para o estado de Pernambuco, devem ser de chuvas para a Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata, e Agreste do Estado. A informação é da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) e encheu de esperança o homem do campo, que necessita da terra para sobreviver.
No Sítio Marrecas, zona rural de Calçado, distante 214 km do Recife, seu José Macário, 65 anos, já preparou a roça e acredita que o ano vai ser bom pra colheita. “Já está tudo pronto. Começou a chover, a gente já vai plantando um feijão, um milho e esperar Deus mandar a chuva pra tirar o nosso sustento”, disse ele que há três anos vem perdendo o que planta.
Os efeitos da estiagem na comunidade foram além da agricultura. Água de beber só a armazenada nas cisternas de polietileno, entregues pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por meio do Programa Água Para Todos, do Ministério da Integração Nacional.“Antes a gente carregava água dos barreiros. Hoje tudo secou. Graças a Deus tem essa cisterna pra poder colocar água do carro-pipa que a Prefeitura manda e está aí cheia com água boa de beber. É uma benção muito grande”, disse seu Antônio Alves Viana, 60. “Isso aqui é uma riqueza muito grande”, completou a dona de casa, Maria Aparecida de Souza, 55.
Cada cisterna de polietileno tem a capacidade para armazenar de forma segura 16 mil litros de água, o que garante fornecimento adequado para uma família de quatro a cinco pessoas beber e cozinhar durante nove meses de estiagem. O material utilizado na fabricação dos reservatórios é adequado à região. “A resina de polietileno somente pode fundir a uma temperatura de 147o C, sendo que na região a temperatura máxima pode oscilar em torno de 50o C em períodos de clima mais severo, o que desmistifica a informação incorreta de que as cisternas derretem no calor. Além disso, essa é uma tecnologia consolidada internacionalmente e utilizada há mais de duas décadas em países com temperaturas semelhantes ou até mais críticas que as encontradas no Nordeste brasileiro”, adiantou Amauri Ramos, diretor da Acqualimp, fabricante dos reservatórios.
Em Surubim, a 123 km da capital pernambucana, a seca também já levou o pouco que restava da mesa do trabalhador rural. “Já plantei milho e ela acabou com tudo. Agora só planto se o tempo melhorar mesmo. Fica só ameaçando chover e nada. Pelo menos água de beber não falta. É só ir na cisterna e tirar a hora que for. O importante é a esperança e fé em Deus. Isso ninguém tira da gente”, disse confiante o agricultor José Cândido Barbosa, 72, morador do Sítio Lério de Cima, zona rural do município.
De acordo com o último boletim de Análise e Previsão Climática para o Setor Leste do Estado, as chuvas vão ocorrer de forma irregular. No Agreste, por exemplo, a estimativa é que em algumas localidades chova acima da média e em outras abaixo. Já no Sertão, a estação chuvosa está no seu final, e os volumes de chuvas não são expressivos, embora ainda ocorram chuvas com acumulados significativos no Sertão do Pajeú e no Sertão do Moxotó. A previsão é que as chuvas acumuladas no próximo trimestre deverão ficar próximas à média histórica: Região Metropolitana (873 mm), Zona da Mata e Litoral (689 mm) e Agreste (314 mm). (Credito: Matéria e Foto – Carlos Maciel/Didi Galvão)
Blog: O Povo com a Notícia