Dados orçamentários mostram quanto os deputados que votarão hoje o
futuro do presidente receberam em emendas parlamentares desde a denúncia contra
Temer.
Confira abaixo:
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R$ 3,1 BILHÕES PARA 467 DEPUTADOS
Nos primeiros sete meses deste ano, o governo empenhou R$ 3,1 bilhões
para 467 deputados federais que apresentaram emendas parlamentares, buscando
apoio financeiro para projetos que beneficiariam suas bases eleitorais. Os
dados oficiais foram levantados pelo Contas Abertas no Sistema Integrado de
Administração Financeira (Siafi).
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R$ 2,34 BILHÕES ENTRE JUNHO E JULHO: Só nos dois últimos meses, ou seja, desde que a denúncia por corrupção
passiva apresentada contra o presidente Michel Temer chegou à Casa, o governo
federal encaminhou aos deputados federais R$ 2,34 bilhões Ð75% do total
empenhado (reservado) até o momento. Hoje, esses parlamentares estarão entre os
513 que decidirão se o presidente Temer poderá ou não ser processado pelo
Supremo.
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DEPOIS DA DELAÇÃO DA JBS: Houve um salto nos empenhos feitos pelo governo em forma de emendas
depois da revelação do conteúdo da delação da JBS, em 17 de maio. Em janeiro, o
valor total repassado aos deputados somou pouco mais de R$ 900 mil. Em
fevereiro, R$ 1,36 milhão. Em março foram R$ 4,06 milhões, e em abril R$ 5,32
milhões. Em maio há um salto para R$ 76,7 milhões.
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PMDB E PT: OS PRINCIPAIS BENEFICIÁRIOS: No ranking por partidos, o PMDB aparece como o maior beneficiário das
emendas empenhadas pelo governo federal nos últimos dois meses. Seus deputados
foram contemplados com R$ 294,4 milhões (12,5% do total). O PT fica em segundo
lugar, com R$ 266,4 milhões em emendas em junho e julho. Na sequência, os
partidos mais beneficiados foram PP (R$ 237,5 milhões) e PSDB (R$ 208 milhões).
Juntos, esses quatro partidos –que têm as maiores bancadas da Câmara–
abocanharam quase 43% do total empenhado pelo governo.
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PSL E O APOIO PER CAPITA MAIS ALTO: A pequena bancada do PSL de apenas 3 deputados federais é a que,
proporcionalmente, teve mais emendas empenhadas pelo governo federal nos
últimos dois meses. Dois de seus três parlamentares se beneficiaram. Alfredo
Kaefer (PR) recebeu R$ 10,2 milhões em emendas, e Dâmina Pereira (MG), R$ 9,3
milhões. Na comparação, o PMDB –da maior bancada da Casa– fica bem atrás. De
seus 63 membros, 57 foram beneficiados. Em média, cada um levou R$ 5,1 milhões
em emendas.
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16 LEVARAM MAIS DE R$ 10 MILHÕES: Dezesseis deputados tiveram mais de R$ 10 milhões em emendas
parlamentares empenhadas pelo governo federal nos últimos dois meses. Os
deputados Domingos Neto (PSD-CE) e Vitor Valim (PMDB-CE) empatam na liderança
do ranking, com R$ 10,7 milhões. Em seguida, aparece o deputado Cabo Sabino
(PR-CE), com 10,6 milhões.
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E O QUE FEZ DILMA?: Entre dezembro de 2015, quando o então presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, aceitou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff, e
abril de 2016, quando a Casa efetivamente aprovou seu afastamento, o governo
Dilma empenhou R$ 929 milhões em emendas para deputados federais. Esse valor é
60% menor do que o total distribuído pelo presidente Michel Temer nos últimos
dois meses. Em maio de 2016, mês em que Dilma saiu do governo e Temer assumiu
como presidente interino, o empenho de emendas totalizou R$ 3,2 bilhões.
OUTRO LADO: Em nota, a Presidência diz que "as emendas orçamentárias de
parlamentares têm pagamento obrigatório", que passam "por uma
avaliação prévia de admissibilidade no Congresso" e que a metade dos
recursos dessas dotações deve ser destinada obrigatoriamente à área de saúde.
Ressalta ainda que o empenho não significa imediata liberação e que se trata de
valores destinados à "realização de obras essenciais". (Via: Folhapress)
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