Caminhoneiros autônomos parados
nas rodovias disseram, após a divulgação do acordo do governo e oito entidades
da categoria, que não acabarão com a greve. "Os supostos sindicatos que
estão negociando não representam os caminhoneiros que estão na rua", disse
o motorista Aguinaldo José de Oliveira, 40, que trabalha com transportes há 22
anos e para quem o movimento não tem um líder.
"São uns aproveitadores que não falaram com a gente antes da greve e
chegaram agora, quando já estava tudo parado", afirma o caminhoneiro
que está parado na av. Anhaguera, Campinas. "Estou em mais de 30 grupos de
WhatsApp e em nenhum aceitaram esse acordo."
Segundo ele, os caminhoneiros pretendem manter a paralisação porque o
acordo não atinge as suas principais reivindicações. "São 14 itens que a
gente nem conhece. O principal é a redução do diesel, mas não essa esmola
temporária de 15 centavos."
Outro caminhoneiro de 48 anos, parado em Campina Grande, na Paraíba e que
preferiu não se identificar, concordou que o acordo não representa os
trabalhadores autônomos.
"Nenhum caminhoneiro vai aceitar esse acordo. O Brasil vende diesel para a
Bolívia a R$ 1,80 e a gasolina a R$ 2,50. Por que não pode vender aqui
também?", questionou.
E reclamou de outros pontos que não apareceram no acordo. "Por que só
caminhoneiros têm que usar tacógrafo e fazer exames toxicológicos?". Para
ele, ou todos os motoristas deveriam ser obrigados a cumprir tais exigências ou
que nenhum fosse.
"Pagamos R$ 400 para um exame toxicológico, IPVA, diesel caro e ainda
temos que pagar pedágio", disse. "Não está faltando nem comida, nem
bebida para gente, vamos continuar nas estradas", afirmou o caminhoneiro. (Via: Folhapress)
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