A decisão do governo de endurecer
no tratamento com os grevistas não
foi bem recebida pelos caminhoneiros que não aceitaram o acordo negociado ontem. O
acordo previa uma trégua de 15 dias na greve iniciada
na segunda-feira
“O governo vai provocar uma revolução”, disse o presidente
Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado do Rio de Janeiro, Nélio
Botelho, sobre a decisão do governo de colocar as Forças de Segurança para desobstruir
as rodovias.
Temer disse que o governo atendeu
as principais reivindicações dos caminhoneiros, que não cumpriram com a
promessa de suspender a greve. “Esse deveria ter sido o resultado do diálogo.
Muitos caminhoneiros estão fazendo sua parte, mas infelizmente uma minoria
radical tem bloqueado estradas e impedido que muitos caminhoneiros levem
adiante seu desejo de atender a população e fazer seu trabalho.”
A Confederação Nacional dos
Transportadores Autônomos (CNTA), que assinou o acordo, divulgou nota
informando que nenhuma entidade tem poder para acabar sozinha com a
mobilização. “Sabemos que nenhuma pessoa ou entidade tem, sozinha, o poder de
acabar com essa mobilização e isso sempre foi deixado muito claro para o
governo.”
A paralisação não acabou, pois
várias entidades de representação dos caminhoneiros não reconheceram a validade
do acordo. “O documento com o governo só foi assinado para garantir que o
governo manteria aquelas propostas caso a categoria as aceitasse. Nosso papel é
o de levar as propostas da categoria para que cada grupo de manifestantes
decida”, afirmou a CNTA em nota.
Veja quais foram os pontos do
acordo assinado:
Reduzir a zero a alíquota da
CIDE, em 2018, sobre o óleo diesel;
Redução imediata de 10% no valor
do óleo diesel na refinaria;
A partir daí os eventuais
reajustes deixam de ser diários e passam a ser no mínimo a cada 30 dias;
Medida provisória, em até 15
dias, para determinar que a CONAB contrate, no mínimo, 30% de seus fretes com
cooperativas de transportadores rodoviários autônomos;
Manter a desoneração da folha de
pagamento do setor de transportes;
Permitir que transportadores
autônomos carreguem com a Petrobrás;
Extinção dos processos judiciais
ajuizados contra as entidades e caminhoneiros, bem como eventuais multas de
transito sofridas, em decorrência da paralisação, até a presente data.
Blog: O Povo com a Notícia
Via: Veja