No acostamento da Rodovia João
Ribeiro de Barros, entre as cidades de Jaú e Bauru, no interior de São Paulo, o
motorista Ariovaldo Almeida Junior conta que a manifestação dos caminhoneiros,
que começou a ser planejada na semana retrasada, não tem data para acabar.
Na noite desta quarta-feira, o presidente da Petrobras anunciou a redução
de 10% do diesel por 15 dias. A decisão, segundo Barros, não é suficiente para
interromper a paralisação. "Não adianta baixar agora e aumentar de novo
mais para frente. Eles criaram um caos desnecessário no país", disse.
Para caminhoneiros de 26 anos, além de diminuir o valor sem prazo de
validade, é necessário criar um parâmetro de preços que evite um "aumento
desenfreado" do óleo diesel.
"Só com esse anúncio, a paralisação continuará em tempo
indeterminado", afirma.
DECISÃO DE PARAR
Há dois dias sem dormir, o jovem relata que a ideia de fazer uma
paralisação para pressionar pela redução do preço dos combustíveis começou a
ser discutida em Ourinhos (SP), onde é diretor do Sindicato dos Caminhoneiros
Autônomos.
"Eu procurei outras entidades sindicais autônomas do interior
paulista, como de Bauru, Piracicaba e Jaú. Nós elegemos uma liderança para o
movimento em cada local", disse à reportagem. Para ganhar adesão fora de
São Paulo, ele conta que dirigiu cerca de 680 km, no dia 14 de maio, até Volta
Redonda, no Rio de Janeiro. A adesão ao movimento surpreendeu.
"A expectativa inicial era uma paralisação apenas em São Paulo e
Volta Redonda, mas recebemos ligações de outras entidades de
caminhoneiros", afirmou.
Segundo ele, o movimento não tem vinculação política e não é contra a
gestão atual. "Não temos nada contra ou a favor o governo federal",
disse. (Via: Agência Brasil)
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