As informações estão em uma nota
econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que
analisa a inflação brasileira nos últimos 20 anos, com base na evolução dos
componentes do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os preços de produtos e serviços controlados, administrados ou
considerados essenciais, como energia, transporte, educação, remédios, médicos,
hospitais e combustíveis subiram muito mais do que a inflação nos últimos 20
anos.
No mesmo período, os preços dos produtos expostos à concorrência e que
passaram por inovações, como televisores e microcomputadores, tiveram fortes
quedas.
“A intervenção estatal sobre os preços não foi capaz de controlar a
inflação de bens ou serviços essenciais ao consumidor. Isso gerou grandes
distorções em termos de distribuição de renda, dado que a parcela mais pobre da
população aloca a totalidade de sua renda para os bens essenciais. Os dados
confirmam que o mercado regula melhor os preços do que a intervenção do
governo”, destaca o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio
Castelo Branco.
Conforme o estudo, de agosto de 1999 a março de 2019, a inflação, medida
pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 240%.
Neste período, a cesta de serviços médicos e hospitalares foi a que mais
subiu e acumulou um aumento de 374%.
Em seguida, com uma alta de 358% aparece a energia elétrica e, em terceiro
lugar, com um aumento de 352%, o transporte público.
A educação formal, com alta de 340% ficou em quarto lugar.
SEM COMPETIÇÃO
“O processo de precificação desses bens e serviços ocorre em um contexto
de falha de mercado, em que a relação entre a oferta e a demanda não se reflete
inteiramente na formação de preços”, avalia a Nota Econômica.
“São mercados fortemente controlados, seja por intervenções nos preços, ou
por controle sobre a qualidade e o tipo de serviço prestado (serviços médicos e
educação, principalmente), gerando um ambiente de competição imperfeita”, diz o
estudo da CNI.
Enquanto isso, os valores dos televisores tiveram uma queda de 57% e os
dos microcomputadores diminuíram 66% nos últimos 20 anos.
“Os bens manufaturados que passaram por processo de inovação tecnológica,
que geraram ganhos de eficiência produtiva e são expostos ao comércio
internacional e competição de mercado, apresentantam forte queda de preço real
e, em alguns casos, nominal”, afirma o estudo.
Outros produtos industrializados, como os celulares, que subiram 132%, e
os automóveis, cuja alta foi de 44% nos últimos 20 anos, tiveram aumentos
inferiores à inflação do período.
Na avaliação da CNI, a perda de valor dos produtos industrializados reduziu a receita da indústria brasileira, pois os preços de alguns insumos, como energia, transporte público e combustíveis, subiram muito mais que a inflação, elevando os custos de produção.
CONFIRA OS PREÇOS
Inflação acumulada de agosto de 1999 a março de 2019 (IPCA): 240%
O que subiu mais do que a inflação:
Serviços médicos e hospitalares: 374%
Energia elétrica: 358%
Energia elétrica: 358%
Transporte público: 352%
Educação formal: 340%
Alimentos básicos: 292%
Combustíveis (gasolina e óleo diesel): 279%
O que aumentou menos do que a inflação:
O que aumentou menos do que a inflação:
Celulares: 132%
Automóveis: 44%
Os preços que diminuíram nos últimos 20 anos
Televisores: 57%
Microcomputadores: 66%
Microcomputadores: 66%
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