Em um dia marcado por forte
volatilidade no mercado financeiro, o dólar voltou a subir e fechou no maior
valor nominal desde a criação do real. O dólar comercial encerrou a sexta-feira
(31) vendido a R$ 4,286, com alta de R$ 0,027 (0,63%).
Foi a terceira sessão seguida de alta da moeda norte-americana, que
encerrou janeiro com valorização de 6,8% em relação ao real. Essa foi a maior
alta para meses de janeiro em dez anos. A divisa sobe há cinco semanas
seguidas. O euro comercial também subiu e fechou o dia em R$ 4,753, alta de
1,5%.
Nem a intervenção do Banco Central (BC) segurou a cotação. Hoje, a
autoridade monetária vendeu US$ 3 bilhões das reservas internacionais com
compromisso de recomprar o dinheiro em junho.
A turbulência repetiu-se no mercado de ações. Depois de uma recuperação
ontem (30), o índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo),
fechou o dia com queda de 1,66%, aos 113.605 pontos. O indicador operou o dia
todo em baixa.
A sessão foi marcada pelo receio de que o novo vírus descoberto na China
traga impactos para a segunda maior economia do planeta. Ontem, a Organização
Mundial de Saúde (OMS) declarou estado de emergência global por causa da
doença. A China e países próximos adotaram medidas para conter a disseminação
da doença.
O anúncio pelo governo chinês de que o coronavírus terá menos impacto na
saúde e na economia do que a epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave
(Sars, sigla em inglês), em 2003, foi insuficiente para acalmar o mercado . A
taxa de mortalidade do vírus, até agora, está em 2%, menor que a de outras
epidemias globais.
O confinamento dos habitantes de diversas cidades afetadas pela doença
reduz a produção e o consumo da China. A expectativa de desaceleração da
economia chinesa impacta diretamente países como o Brasil, que exporta diversos
produtos, principalmente commodities (bens primários com cotação internacional)
para o país asiático. Com menos exportações, menos dólares entram no país,
pressionando a cotação para cima.
As expectativas em torno da política monetária também interferiram nas
negociações. Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco
Central define os juros básicos no Brasil. Caso a taxa Selic – juros básicos –
caia para 4,25% ao ano, o país se tornará menos atrativo para os investidores
externos, e a entrada de dólares diminuirá. (Via: Agência Brasil)
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