O presidente Jair Bolsonaro
(sem partido) nomeou nesta sexta-feira (10) novos membros do CNE (Conselho
Nacional de Educação). A lista contempla um aluno do escritor Olavo de
Carvalho, um dono de universidade e um ministro do Superior Tribunal Militar.
Uma lista prévia de indicados
havia sido encaminhada à Casa Civil pelo ex-ministro Abraham Weintraub antes de
ele deixar o cargo em 18 de junho. O governo aguardava a definição do novo
ministro da Educação para as nomeações, mas os mandatos agora repostos vencem
nesta sexta-feira.
Sem as nomeações, o CNE
poderia ficar com quórum comprometido para realizar as deliberações. Foram
nomeados 11 membros, e a conselheira Suely Menezes e do atual presidente do
órgão, Luiz Roberto Liza Curi, foram reconduzidos.
O órgão é dividido em duas
câmaras -educação básica e educação superior-, e as nomeações fizeram acenos
aos chamados grupos ideológicos de apoio ao presidente.
Para a Câmara de Educação
Básica, a lista inclui o olavista e ex-assessor do MEC Tiago Tondinelli, a
diretora do sistema Batista de Educação, Valseni Braga, e o professor de
história da UEL (Universidade Estadual de Londrina) Gabriel Giannattasio,
admirado por olavistas.
Também foram nomeados para
essa câmara os professores Fernando Capovilla e Augusto Buchweitz, ambos com
pesquisas na área de alfabetização, a vice-presidente da Federação Nacional de
Escolas Particulares, Amábile Pácios, e o professor William Ferreira da Cunha.
Na Câmara de Educação
Superior, Bolsonaro nomeou um dos nomes cotados para assumir o MEC, o reitor da
Unoesc (Universidade do Oeste de Santa Catarina), Aristides Cimadon.
Também compõem a relação o dono
da Unicesumar, Wilson de Matos Silva, o ministro do Superior Tribunal Militar
José Barroso Filho, e o professor da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro) Anderson Luiz Bezerra da Silveira.
O CNE é responsável por
diversas deliberações da educação, como diretrizes educacionais, curriculares e
aprovações de cursos superiores.
Na gestão do ministro Ricardo
Vélez Rodrigues, da qual Tondinelli fez parte, o MEC chegou a estudar a
extinção do conselho. O órgão era chamado de "Conselho Soviético de Educação"
pelos membros mais radicais da pasta.
O histórico de decisões do
CNE, entretanto, indicam um alinhamento comum às políticas do MEC e às demandas
do setor privado de ensino superior.
Blog: O Povo com a Notícia