A megaoperação deflagrada pela
Polícia Civil de Pernambuco, na manhã desta quinta-feira (23), pretende acabar
com o avanço da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no
Agreste do Estado. No total, 30 mandados de prisão preventiva devem
ser cumpridos nas próximas horas. Segundo as investigações, os suspeitos também
teriam envolvimento com a morte do policial civil José Rogério Duarte
Batista, de 56 anos, às margens da rodovia PE-90, em Surubim, no final de
maio. Na semana passada, outra operação prendeu outros seis
suspeitos.
As investigações foram realizadas ao longo de um ano e dois
meses. Os criminosos atuam nos municípios de Surubim, Casinhas e
Macaparana com um forte esquema de tráfico de drogas e impondo medo à
população. Eles também estariam fazendo ameaças de morte a policiais, com
mensagens escritas nos muros de delegacias, batalhões da PM e até em
residências, conforme a coluna publicou nessa terça-feira (21).
A criminalidade na região tomou uma proporção tão grande, que
até juízes estariam amedrontados pelas ameaças. Magistrados estavam alegando
suspeição para não assumirem processos ligados ao PCC. Por causa disso, uma
comissão formada por outros juízes, designada pelo Tribunal de Justiça de
Pernambuco (TJPE), expediu os mandados de prisão e de busca e apreensão da
megaoperação que está sendo realizada.
Cerca de 140 policiais civis, entre delegados, agentes e
escrivães, estão cumprindo os mandados. Equipes do Grupamento Tático Aéreo -
GTA e CORE também ajudam nas buscas. A operação conta ainda com a colaboração
das polícias civis da Bahia e de São Paulo.
OUTROS
DETALHES
A violência crescente em alguns municípios do Agreste está
assustando até mesmo os profissionais da segurança pública. Agentes
e comissários da Polícia Civil estão pedindo remoção para delegacias de outros
municípios por causa de ameaças sofridas, que teriam se intensificado nos
últimos meses com o avanço do PCC. Como medida de segurança, os policiais
passaram a fazer um rodízio em outras cidades, evitando um longo período nos
mesmos locais.
Magistrados que atuam nesses municípios do Agreste também
estariam sendo ameaçados pela facção. Em nota, a assessoria do tribunal afirmou
que "dispõe de uma Comissão de Segurança Institucional, composta por
magistrados e o chefe de Assistência Policial do TJPE. O órgão é responsável,
entre outras ações, por analisar e dar suporte a magistrados em situação de
risco. As medidas são processadas em sigilo para garantir a segurança dos juízes".
VARA
ESPECIAL
Para combater a criminalidade no Agreste, o Sinpol-PE enviou
ofício ao TJPE pedindo a criação de uma Vara Contra o Crime Organizado.
"Já temos um departamento na Polícia Civil e outro no Ministério Público
para investigar esses crimes. Falta a Justiça criar uma Vara", pontuou o
presidente do Sinpol-PE, Rafael Cavalcanti. A resposta ao ofício ainda não foi
dada. (Via: Ronda Jc)
Blog: O Povo com a Notícia