O Ministério da Saúde tem reduzido a distribuição de testes para a Covid-19, mesmo diante da alta de casos positivos registradas nos últimos meses. Na última quarta-feira (23), o Brasil contabilizou o maior número de infectados pelo coronavírus em apenas um dia, foram 115.228 notificações.
Enquanto em fevereiro foram distribuídos 2.696.928 testes do tipo PCR e rápidos, em junho o Ministério da Saúde forneceu apenas 507.764 testes, segundo dados da plataforma de monitoramento da pasta. Este mês é o quarto pior em óbitos desde o início da pandemia no país, com 1.697.929 casos e 46.350 mortes registradas.
De acordo com o Metrópoles, dos 33.014.443 exames para diagnóstico distribuídos desde o início da pandemia, 21.217.248 são do tipo PCR e 11.797.195, de análise rápida. O Ministério da Saúde tem enfrentado problemas com a logística de distribuição e, em maio, 1,7 milhão de exames RT-PCR perderam a validade antes de terem disso enviados para os estados.
Na época, a pasta disse que eles seriam “substituídos sem custo”, mas os novos testes não chegaram até hoje. Ainda segundo o Metrópoles, cada exame custou aos cofres públicos R$ 42, gerando um desperdício de cerca de R$ 71,4 milhões.
Epidemiologista da UnB, Mauro Sanchez aponta que a testagem da população nunca recebeu a devida atenção como atitude aliada ao rastreamento e combate da pandemia no país. Os testes são uma importante ferramenta para confirmar os casos e orientar as estratégias de políticas de saúde pública.
“Se a atenção estiver toda destinada à abertura de leitos de Covid-19, por exemplo, e não tivermos o rastreamento através da testagem, é como se estivéssemos tentando apagar um incêndio sem jogar água na base do fogo. Não vai apagar, só minimiza o tamanho da chama”, frisou Sanchez.
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