Apesar de coincidir com o período de maiores restrições para o uso de áreas públicas pela população de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco, com proibição de acesso aos equipamentos da Orla Fluvial, devido à pandemia de Covid-19, acompanhar a subida no volume das águas do Lago de Itaparica, reservatório da Usina Hidroelétrica Luiz Gonzaga, entre Pernambuco e Bahia, é um espetáculo que merece ser observado.
No início do feriado de São João, dias nublado com chuvas
esparsas, a paisagem mostrava a retomada das margens pelas águas do rio São
Francisco, cenário bem diferente de três meses atrás, quando o lago estava com
35,22% de volume útil, segundo o boletim da Agência Nacional de Águas e
Saneamento Básico (ANA), em 23 de março. Neste domingo (27), o registro foi de
64,64% .
A paisagem do lago, no entanto, pode mudar drasticamente, nos
próximos meses. Para compensar a provável queda na produção de energia pelas hidrelétricas
da bacia do rio Paraná, atingida por seca histórica este ano, a Resolução ANA
nº 81/2021, de 14/06, autoriza a operação excepcional da hidrelétrica Xingó
(AL/SE), entre junho e novembro, com liberação da vazão do rio São Francisco. A
medida altera temporariamente as condições de operação do reservatório da
hidrelétrica de Sobradinho (BA) e de Xingó (SE).
Para setembro, Xingó poderá operar com vazões máximas médias
mensais de 1.500m³/s, enquanto em outubro e novembro está autorizada a prática
de vazões máximas médias mensais de 2.500m³/s. Hoje, a média é de 800m³/s.
A Resolução prevê que a operação excepcional nos meses de
setembro e outubro deverá ser imediatamente suspensa quando o reservatório de
Sobradinho atingir volume útil inferior a 40%, voltando a vigorar plenamente as
restrições da Resolução ANA nº 2.081/2017 para evitar a redução acentuada do
nível do reservatório de Sobradinho.
Blog: O Povo com a Notícia