Motorista, Elizandra Regina de Cândido, 47, foi surpreendida ao viralizar nas redes sociais após divulgar serviços de transportes diferenciados para mulheres. No anúncio, que recebeu milhares de compartilhamentos nas últimas horas, a motorista oferece levar mulheres para esperar o marido sair com a amante de motel.
Segundo o G1, a moradora de São Vicente, no litoral de São Paulo, contou que se inspirou em uma publicação semelhante, mas que fez algumas complementações, baseada nos atendimentos que oferece.
Com uma lista que inclui: “Está desconfiada do crush? Nós seguimos"; "Precisa fazer compras? Te levo e busco"; "Vai fugir de casa e largar o embuste? Ajudo a retirar suas coisas"; e "Não pode pagar um psicólogo? Sou toda ouvidos para desabafos”, a motorista de 47 anos disse que a iniciativa foi uma “brincadeira séria”, entretanto, acabou recebendo muitas solicitações de mulheres por seus serviços.
Após viralizar nas redes, Elizandra revelou que já tem planos de comprar outro carro e abrir o meu microempreendedor individual (MEI) através de uma parceria com a irmã. De acordo com a motorista, o celular não para de tocar com as solicitações de clientes.
Ainda ressaltou que todos os itens da publicação são verdadeiros, e estão na lista de serviços prestados por ela. Inclusive, a motorista conta que já levou uma amiga até um motel para investigar se realmente estava sendo traída. "Não sou detetive particular, mas a gente faz o que as pessoas pedem. Sou motorista, estou levando a mulher onde ela precisa ir. A única exceção é que não atendo homem", explica.
A vida antes de ser motorista
Antes de atuar como motorista, Elizandra trabalhava como artesã, mas a pandemia dificultou a venda dos laços que confeccionava. Ela até tentou vender lanches em casa, mas ficou dependente de entregadores, e resolveu se reinventar. Para ela, perceber que mulheres têm medo de pegar motorista homem em aplicativo, foi a forma que ela tinha para solucionar dois problemas: o desemprego e os serviços para esse público.
Com um carro na garagem, ela iniciou, há quase um ano, as corridas de forma particular, sem vínculo com aplicativos de transporte. "Trabalho muito fazendo compras para senhoras, levando aos médicos, levando ou buscando crianças na escola, e buscando moças que vão para baladas", revela.
A motorista, que se considera "pau para toda obra", afirma que quer ajudar as mulheres. "Fui casada, me separei e fiquei desnorteada. Tive que me reinventar, e tive um luto, porque a gente sofre".
"Não é só ganhar dinheiro. Eu me reinventei como ser humano. Estava muito triste, derrotada, me sentindo sozinha. Coloquei meus problemas de lado e passei a olhar o problema dos outros. Não é só ganhar dinheiro, é ajudar outras mulheres", conclui.
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