Devastadora. Esse foi o termo usado pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para classificar uma hipotética terceira guerra mundial. O país iniciou uma invasão ao território da Ucrânia em 24 de fevereiro.
Nesta quarta-feira (2/3), em
entrevista à TV Al Jazeera, canal
transmitido no Catar, o chefe da diplomacia russa comentou o que seria um
conflito dessa proporção.
“A terceira guerra mundial seria uma guerra nuclear devastadora”, disse o
diplomata russo. Há sete dias, a Rússia faz bombardeios massivos
contra os ucranianos.
Na
entrevista, Lavrov defendeu que a operação militar visa desarmar a Ucrânia e
impedir este país de adquirir armas nucleares. “Não podemos permitir a presença
de armas ofensivas na Ucrânia que ameacem nossa segurança”, acrescentou.
Putin
reuniu-se, no domingo (27/2), com os seus ministros da Defesa, Serguei Choigu,
e do Estado Maior, Dmitry Yuryevich Grigorenko, no Kremlin. No encontro, o mandatário ordenou que os ministros colocassem as forças
nucleares em “regime especial de alerta”, conforme divulgado pela agência de notícias russa Tass.
A declaração de Lavrov foi
concedida horas antes de uma reunião emergencial em que a Organização
das Nações Unidas (ONU) aprovou resolução contra a Rússia e o
seu presidente, Vladimir Putin, pela invasão e pelos
bombardeios na Ucrânia. Dos 193 países, 141 votaram a favor, cinco
contra e 35 se abstiveram. Eram necessários dois terços para a aprovação. Esta
é mais uma da série de sanções que a comunidade internacional tem aplicado
contra a Rússia, na tentativa de conter o embate.
O conflito parece não ter fim. A reunião entre representantes da Ucrânia e
da Rússia, até então marcada para esta quarta-feira (2/3), com o objetivo de
chegar a um acordo de cessar-fogo nos confrontos do Leste Europeu, acabou
adiada. Esta seria a segunda vez que os dois países se sentariam à mesa de
negociação. A primeira reunião fracassou. Ainda não foi divulgada data para
nova conversa.
Avanço russo
A Rússia intensificou a ação de suas tropas e já pressiona ao menos 16
cidades ucranianas. Essas províncias sofrem bombardeios massivos, para
viabilizar a tomada de poder pelo Exército do presidente Putin.
Nas últimas horas, Kiev, Kharkiv, Kherson e
Mariupol enfrentaram as situações mais dramáticas. Civis são o alvo
da ação militar, e a Ucrânia já fala em 2 mil mortos.
O Exército russo ampliou o megacomboio que cercará Kiev, capital ucraniana
e centro do poder do país. As tropas, que cobrem um extensão de 64 quilômetros,
aproximam-se da cidade.
O megacomboio é formado por tanques, peças de artilharia, veículos de
transporte, contêineres com armas e outros equipamentos de logística militar. O
grupo está ao redor do aeroporto de Antonov, distante 25 quilômetros do centro
de Kiev.
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