A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ) abriu um procedimento para investigar os relatos de mulheres que estiveram presas com Monique Medeiros no Instituto Penal Oscar Stevenson, presídio em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Segundo as internas, a própria Monique, relatou ter tido "atos libidinosos" com um advogado dentro da cadeia. A mãe do menino Henry dividia a cela com um grupo de seis internas, todas presas por crimes de grande repercussão no Rio de Janeiro. O que ficou evidente, também, é que a relação da mãe de Henry com as outras detentas era longe de ser pacífica.
Ao ser interrogada no Tribunal de Justiça sobre a morte do filho, Monique denunciou ter sido alvo de agressões e ameaças na penitenciária Santo Expedito, para onde foi transferida em janeiro. A juíza do caso, então, determinou que uma interna específica fosse transferida da cela onde Monique estava.
Em documento obtido pelo G1, Fernanda de Almeida, a "Fernanda Bumbum", acusada de planejar a morte de uma rival de procedimentos estéticos, disse que Monique teria usado "roupas inadequadas" na visita de um advogado, e acrescentou que as outras presas da cela poderiam confirmar a versão. No depoimento, Fernanda também disse que, segundo Monique, o advogado era "apaixonado por ela" e faria de tudo para que ela deixasse a cadeia. A versão foi confirmada pelas outras cinco detentas.
Todas as seis afirmaram ter ouvido da própria Monique, ou de pessoas próximas a ela, que durante uma visita à cadeia onde a mulher estava presa um dos advogados que a defende teria se masturbado enquanto ela exibia os seios. O ato teria acontecido no parlatório da cadeia.
O parlatório não há câmeras de vigilância. Um vidro separava a detenta do defensor. Nas declarações, o grupo de mulheres não especifica quando o ato teria ocorrido e nem quem era o advogado de defesa envolvido.
A versão das outras presas passou a ser investigada pela Seap e um procedimento disciplinar foi aberto pela pasta. O registro na ficha prejudicaria o índice de comportamento de Monique, que é usado como parâmetro para avaliações em progressões de regime. Sobre o advogado, a Seap disse que oficiou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) sobre os termos das detentas.
Veja a lista completa de outras presas que teriam confirmado os relatos:
Elaine Pereira Figueiredo Lessa - Presa por tráfico internacional de armas, ela é mulher do PM reformado Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes;
Karina Lepri Franco - Dentista que tramou com o amante miliciano a morte do marido, um diretor da Shell;
Priscilla Laranjeira Nunes de Oliveira - Síndica de prédio na Barra da Tijuca que tramou a morte de vizinho junto com o funcionário e amante;
Fernanda Silva de Almeida, a “Fernanda Bumbum” - Presa por planejar a morte de rival de procedimento estético e casada com um ex-PM, condenado pela chacina da Baixada Fluminense;
Bruna Adrielly Correia Carlos - Presa na Rodovia Presidente Dutra com 750 kg de maconha;
Cintia Gomes de Oliveira - Presa por adulteração de sinal de identificador de veículo e corrupção ativa.
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