A Polícia Federal deflagrou, na terça-feira (16), uma operação, no Rio Grande do Sul, para desmantelar uma quadrilha que traficava cocaína para a Europa por meio de uma técnica conhecida como "parasita".
Em agosto de 2023, 198kg da droga foram encontradas pelas autoridades espanholas, em Las Palmas, ocultos em um compartimento submerso de um cargueiro com origem no porto de Rio Grande (RS).
De acordo com a PF, 10 pessoas foram presas preventivamente por envolvimento no esquema, sendo 9 delas no Brasil e uma na Alemanha, na cidade portuária de Bremerhaven, em cooperação com a Europol e a polícia alemã. O suspeito residente no país europeu é descrito como um dos líderes do esquema pela Polícia Federal.
Dois alvos de Paranaguá e Rio Grande seguem foragidos. Foram expedidos, no total, 12 mandados de prisão preventiva e 26 de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Ações da quadrilha, investigada há dois anos pela PF, foram identificadas no porto do Rio Grande (RS) e no porto de Paranaguá (PR). Tanto os navios nos portos quanto os fundeados nessas regiões podiam ser alvos do grupo.
“No canal de entrada do porto, eles, de noite, pegavam pequenas embarcações e chegavam próximos aos navios. Eles dispensavam ali os mergulhadores com as drogas”, disse o delegado Matheus Vivacqua Cechet, responsável pela investigação, que relata ainda a ocorrência de infiltrações de mergulhadores do tráfico em navios mar adentro.
A prática é conhecida como "técnica dos parasitas" e envolve esconder o carregamento ilegal abaixo da linha da água, em cilindros presos ao casco das embarcações por mergulhadores. No caso ocorrido no porto de Las Palmas, nas Ilhas Canárias, em agosto de 2023, os 182 pacotes de cocaína estavam amarrados com pesos na caixa de mar do cargueiro, compartimento submerso cuja função é refrigerar os motores do navio.
Batizada de Escafandrista, referência ao equipamento de mergulho usado entre o século XIX e XX, a operação desta semana apreendeu celulares, veículos e barcos usados pela quadrilha nas cidades de Rio Grande (RS), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Paranaguá (PR), Fazenda Rio Grande (PR). A maior parte dos mandados de busca e apreensão se concentrou na cidade gaúcha, onde um laboratório de drogas foi encontrado pelas autoridades.
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