A Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou, nesta quarta-feira (14), que quatro a cada cinco crianças e adolescentes que foram vítimas de homicídio em Pernambuco tinham envolvimento com crimes.
Segundo o governo Raquel Lyra (PSDB), o Estado registrou um total de 632 crianças ou adolescentes, com idades entre 0 a 19 anos, assassinados no período entre janeiro de 2023 e junho de 2024. Desses, 494 jovens, ou 78%, teriam “envolvimento com atividades criminais”, de acordo com a pasta.
O governo não detalhou se o dado apresentado dos últimos 18 meses é referente a casos de jovens que já tinham passagens pelo sistema socioeducativo ou se foram mortos durante o cometimento de alguma atividade ilícita.
A informação é uma resposta à pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgada na terça (13).
Conforme mostrou o Diario de Pernambuco, o estudo aponta o Estado como o quarto pior colocado no ranking de violência contra jovens em todo o país. Ao todo, Pernambuco contabilizou 412 mortes violentas de bebês, crianças e adolescentes em 2023..
Por causa do alto número de casos, a taxa estadual atingiu a marca de 16 mortes violentas por 100 mil habitantes – resultado acima da média nacional (9,1 assassinatos por 100 mil) e que só não é pior do que o constatado no Espírito Santo (18,5), na Bahia (23,5) e no Amapá (33,9).
Na nota, a SDS afirmou ter compromisso de reduzir o número de casos e pôs o combate à mortalidade de crianças e adolescentes como prioridade do Governo do Estado.
A pasta também apontou que o resultado de 2023 já representa um recuo de 20% em relação aos casos de 2021. “Esta redução é superior à média nacional, refletindo o esforço contínuo do Estado em combater a violência”, disse.
“A redução é ainda mais significativa quando analisamos o intervalo de maio a julho de 2024, que registrou 86 mortes, em contraste com 94 mortes no mesmo período de 2023, resultando em uma queda de 8,5%”, alegou.
Entre as ações para prevenir ocorrências, a SDS citou o programa “Juntos pela Segurança”, que oferece palestras em escolas e integração entre as polícias e a comunidade escolar.
“O Governo do Estado também informa que o Plano Decenal da Primeira Infância está sendo construído e seu conteúdo prevê o fortalecimento de ações integradas. E assim, promover os direitos das crianças na primeira infância de forma intersetorial, sendo o principal deles o direito à vida”, afirmou.
Acompanhe o Blog O Povo com a Notícia também nas redes sociais, através do Facebook e Instagram.
