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quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

'Guru espiritual' é investigado por coagir seguidores de seita de sexo livre e usar dinheiro para viagens de luxo

Uma seita de sexo livre conhecida como Osho Rachana, localizado em um sítio em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, virou alvo de uma investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul por suspeitas de tortura psicológica, curandeirismo, estelionato e desvio de recursos financeiros. O principal acusado, um homem de 69 anos, apresentava-se como "guru espiritual".

Segundo a delegada Jeiselaure de Souza, o Adir Aliatti, conhecido como Prem Milan, utilizava informações íntimas reveladas durante as terapias para manipular e coagir os seguidores. As práticas incluíam humilhação pública e até agressão física durante as sessões de meditação. "Se alguém tentasse sair ou alegasse dificuldades financeiras, ele responsabilizava a pessoa por seus problemas, dizendo: 'É por isso que sua vida não dá certo', 'por isso que seus relacionamentos familiares são ruins' ou 'por isso que você não progride'", detalhou.

A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da comunidade nesta quarta-feira (11). Documentos, computadores, celulares, máquinas de cartão e fotografias foram recolhidos, mas ninguém foi preso.

As investigações começaram a partir de denúncias feitas por ex-integrantes ao Ministério Público. Eles relataram atos de tortura psicológica, agressões físicas e exploração patrimonial. Ainda de acordo com os participantes, o grupo promovia meditações e incentivava sexo livre como parte de suas práticas.

Esquema financeiro

O 'guru espiritual', segundo a polícia, cobrava pacotes de imersão que chegavam a custar R$ 12 mil, além de mensalidades dos seguidores que residiam na comunidade. De acordo com as investigações, ele também exigia que os integrantes fizessem empréstimos bancários e entregassem os valores ao grupo. Os valores, porém, eram utilizados para bancar viagens de luxo e apostas online feitas por ele.

"Ele instigava as pessoas a contrair empréstimos com a justificativa de que o dinheiro seria revertido para a comunidade, mas, na prática, os recursos eram utilizados para fins pessoais", explicou a delegada Jeiselaure Souza.

As investigações ainda apontam que os seguidores eram obrigados a vender pães e agendas nas ruas de Porto Alegre, sob a promessa de que os valores arrecadados seriam destinados à manutenção da comunidade.

A estimativa é que o homem tenha desviado mais de R$ 20 milhões e acumulado um prejuízo de R$ 4 milhões em operações financeiras malsucedidas.

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