O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, revelou ter recebido dinheiro do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente na eleição de 2022. A informação está presente na delação premiada dada por Cid, que teve o seu sigilo retirado nesta quarta-feira (19) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Em seu depoimento, Cid disse que tem “quase certeza” que o repasse aconteceu no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. O dinheiro estava em uma sacola de vinho. “Até me lembro que eu botei na minha mesa ali na biblioteca do Alvorada”, disse.
Cid revelou ainda que o dinheiro seria para ajudar nas ações para um golpe de Estado, com o objetivo de manter Bolsonaro no poder, depois que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu a eleição presidencial de 2022.
O ex-ajudante de ordens contou ainda que tentou poupar Braga Netto “pelo respeito” que se tem “com uma autoridade, um general Quatro Estrelas, que às vezes é muito caro, dosa muito as palavras para evitar estar acusando ou falando de uma autoridade”.
Braga Netto foi preso em dezembro do ano passado por suspeita de tentar atrapalhar a livre produção de provas durante a instrução processual penal no inquérito que investiga a tentativa de golpe de estado. Ele é uma das 34 pessoas denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo plano golpista.
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