A
possibilidade de ocorrer o fenômeno climático La Niña é de 55% a 60% até o
final deste ano, segundo informações da Agência Pernambucana de Água e Clima
(Apac). Geralmente, a La Niña provoca o efeito contrário ao El Niño: chuvas no
Nordeste e estiagem no Sul e Sudeste. "Depois de cinco anos de seca, a
expectativa, até agora, é de que tenhamos um inverno normal ou melhor do que o
normal, o que é muito bom para o setor", diz o presidente da Federação da
Agricultura no Estado de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra.
O El Niño é o aquecimento
anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical e tem esse nome
porque acontece geralmente próximo ao Natal no litoral do Peru. Como
consequência do El Niño, o Nordeste sofre com a estiagem e ocorrem chuvas no
Sul e Sudeste.
Já o La Niña é o esfriamento
anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical. Os dois fenômenos
interferem no regime de ventos e chuvas nas regiões tropicais. "Há uma
relação entre a existência dos El Niños com a La Niña. Sabemos que vários fatores
podem interferir e vamos esperar para ver se esse inverno bom se
concretiza", comenta Pio Guerra.
"A notícia boa é que não
teremos mais um El Niño. Quando esse último é forte, temos certeza de seca. Já
no La Niña ocorre uma interferência da temperatura do Oceano Atlântico que
reflete na intensidade do fenômeno", explica a meteorologista da Apac,
Aparecida Fernandes. Ela acrescenta que quando a La Niña é fraca, não há
alteração no comportamento das chuvas.
Nem sempre a área atingida pelo
El Niño tem o efeito contrário quando acontece a La Niña, de acordo com
informações do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). A
última vez que ocorreu um La Niña mais forte foi em 1988-1989, segundo o CPTEC.
O atual El Niño influenciou o
clima do Brasil até maio último. Agora, a previsão é de que La Niña comece a
provocar efeitos entre novembro e dezembro, se dispersando os efeitos desse
fenômeno no final de 2017. "O La Niña pode favorecer as chuvas no Sertão
em janeiro, fevereiro, março e abril. Mas ainda é cedo para saber se isso vai
ocorrer", conta Aparecida. A Apac faz uma previsão trimestral para o comportamento
do clima. A próxima será lançada esta semana com a previsão para setembro,
outubro e novembro.
ÂNIMO: Mesmo sendo para o final do
ano, as previsões animam os agricultores. "Para o Nordeste, chuva é sempre
boa para as lavouras, rios e bacias hidrográficas. Geralmente, quando temos o
La Niña chove no verão do Nordeste. Em agosto e setembro, começa a se cortar a
cana-de-açúcar. É importante a chuva chegar depois para a planta voltar a
germinar", conta o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do
Álcool (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha. Geralmente, quando o El Niño é mais forte
como ocorreu nesses últimos anos, a estiagem chega até a Zona da Mata e provoca
quebra da safra como ocorreu na moagem anterior (2015-2016).
A falta de chuvas também trouxe
outro problema ao Estado: a pouca quantidade de água nos reservatórios que
abastecem as cidades do semiárido. Dentre os maiores açudes usados para o
abastecimento humano, a Apac monitora 87 deles, sendo que 45 estão em colapso
atualmente por causa da grande estiagem que atingiu o Agreste e Sertão de
Pernambuco. (Via: PE Notícias)
Blog: O Povo com a Notícia