Nada mais comum do que confundir
convivência com amizade. Sobretudo no caso de Dilma Rousseff, cujo convívio com
o PT decorria mais de uma imposição de Lula do que de afinidades genuínas. A
proximidade da guilhotina trouxe à tona a verdade. O PT toma distância de Dilma
porque sempre foi para ela um grupo de amigos todo feito de inimigos.
Rui
Falcão, presidente do PT, informou que a legenda não apoiará, por inviável, a
proposta de realização de um plebiscito sobre a antecipação das eleições presidenciais.
Peça de resistência da carta que Dilma prometeu divulgar aos brasileiros, o
plebiscito entra na retória de Falcão no rol dos “artifícios para tentar
enganar quem não vai ser enganado''.
Reunida
num instante em que Dilma é encaminhada para o patíbulo, a cúpula do petismo se
absteve de sair em defesa de madame. “Já era previsível” que a comissão de
impeachment do Senado aprovasse relatório pró-deposição, disse Falcão para
justificar o silêncio da Executiva do PT.
No
momento, o PT tem uma prioridade mais urgente do que Dilma. Organiza o
lançamento de uma publicação em defesa de Lula, que tem Sérgio Moro a
perscrutar-lhe os calcanhares de vidro. Sem Dilma, o PT sobrevive. Sem Lula, a
legenda perde a alma.
Dilma
é, hoje, um fardo para o PT. E vice versa. Por sorte, a votação do impeachment
no Senado é aberta. Se o voto fosse secreto, muitos petistas talvez votassem a
favor da lâmina. Para a maioria dos seus companheiros, Dilma soou oportunista
quando disse num par de entrevistas que o PT precisa fazer uma autocrítica por
ter adotado práticas da política tradicional. (Via: Josias de Souza)
Blog: O Povo com a Notícia