O término do segundo
turno das eleições municipais de 2016 explicitou um fenômeno estudado pela
ciência pólítica: o desencantamento do eleitor.
A eleição demonstrou, na prática, uma rejeição dos eleitores com escândalos de
corrupção na política, como mostrado, por exemplo, pela Operação Lava Jato e
desdobramentos do escândalo do petrolão.
Além disso, a pregação do voto nulo em várias cidades acabou acentuando esse
fenômeno do chamado "não voto", que é a soma das abstenções, dos
votos nulos e em branco. O número chegou a quase
um terço do eleitorado nacional neste domingo.
Em várias cidades, eleitores não se sentiram representados pelos candidatos no
segundo turno, o que acabou aumentando o "não voto".
Na prática, o Brasil já começa a experimentar, de forma indireta, o voto
facultativo. O número expressivo de abstenções que vem crescendo a cada
eleição, mostra que o eleitor brasileiro tem colocado o direito de voto e o
dever do voto como opção, não como obrigatoriedade.
Esse número elevado de abstenções é um desafio à classe política, que terá de
descobrir formas para resgatar o encantamento do eleitor. Não é, porém, o que
vem acontecendo.
Em Brasília, tanto no
Congresso Nacional como no governo, políticos tentam aprovar, de forma
desesperada, a anistia para o caixa dois de eleições passadas. Um reflexo do
clima de apreensão em relação a delação da Odebrecht, que está em fase final de
acordo.
Esse movimento da classe
política de tentar criminalizar o caixa dois só daqui para frente deve agravar
a resistência do eleitor com os políticos. (Via: Blog do Camarotti)
Blog: O Povo com a Notícia