Com apoio do presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um grupo de deputados, liderado pelo pastor
Marco Feliciano (PSC-SP), coletou novas assinaturas e protocolou nesta
quarta-feira (26), um novo pedido para instalar a Comissão Parlamentar de
Inquérito da União Nacional dos Estudantes (UNE).
A expectativa é que Maia leia a autorização da criação da CPI
na segunda semana de novembro. Além da suspeita de desvio de dinheiro público
pela direção da União Nacional dos Estudantes, os deputados afirmam que também
vão querer investigar as recentes ocupações nas escolas de todo o País e o
papel da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas na articulação desse
movimento.
Feliciano afirmou que a nova tentativa de instalar a CPI não
se trata de uma perseguição aos movimentos sociais, mas sim da necessidade de
tirar o comando da UNE das mãos de partidos de esquerda. “Que fique bem claro
que isso não é revanchismo, não é perseguição política, nós não queremos
destruir a UNE. A UNE não pode ser partidária, e é isso que acontece hoje. A
UNE tem sido usada como um braço da esquerda, do ex-governo, como um puxadinho
do PT”, disse. Além de Feliciano, assinam o pedido de abertura de CPI os
deputados Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) e Cristiane Brasil (PTB-RJ).
Histórico: No final de abril, Feliciano protocolou o pedido de criação
da primeira CPI da UNE, mas a instalação da comissão esbarrou em Maia, que não
quis revogar a decisão do vice Waldir Maranhão (PP-MA) anulando a criação da
comissão. Maia não queria desagradar os partidos de oposição, que foram
essenciais na sua eleição para a presidência da Casa.
Ao enterrar a CPI da UNE, Maranhão concordou com a questão de
ordem do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) de que não havia fato determinado
para investigação. “Não vou fazer nada contra a decisão dele”, disse Maia na
ocasião. A posição de Maia causou revolta entre os partidos governistas, que
protocolaram um recurso pedindo que o plenário desse a palavra final.
Ontem, durante a votação da PEC do Teto, Maia foi cobrado
pelos oposicionistas e disse que votaria o recurso no dia 8 de novembro.
Aliados do presidente da Casa sugeriram que ele não colocasse o tema em votação
no plenário para não se desgastar com a oposição e propôs a coleta de
assinaturas para uma nova comissão. Todos os 171 nomes necessários foram
coletados na terça-feira, 25, durante a votação do segundo turno da proposta
que estabelece um teto aos gastos públicos. (Via: Isto É)
Blog: O Povo com a Notícia