Por: Josias de Souza
Nesta terça-feira, Renan
Calheiros fez uma pose inusitada. Apresentou-se diante dos refletores como
patrono da renovação política. “A reforma política precisa ser feita no
Brasil”, disse o presidente do Senado. “Há uma necessidade”, enfatizou. “Esse
sistema político envelheceu, precisa ser substituído”, acrescentou, sem se dar
conta de que as palavras saltavam de seus lábios enrugadas.
Renan deseja incluir a reforma política num balaio com outros
dois temas. “Entendo que a oportunidade é conjugar, ao mesmo tempo, reforma
política, combate à corrupção e lei de abuso de autoridade”, disse o encrencado
senador, protagonista de uma denúncia e nove inquéritos no Supremo Tribunal
Federal.
“Acho que esse aperfeiçoamento mais do que nunca se faz
necessário no Brasil”, prosseguiu Renan. “Se fizermos essa conjunção para
votarmos essas propostas, estaremos aperfeiçoando o Brasil e, consequentemente,
suas instituições.”
O cotidiano do político é uma sucessão de poses. O político é
viciado em pose. Cada gesto, cada palavra do político é uma pose. Mas o que
Renan não percebeu é que um político não pode ser feito apenas de pose. É
preciso que por trás da pose exista uma noção qualquer de ética.
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