O ex-governador do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral gastou mais de R$ 6,5 milhões em joias entre 2000 e
2016. Elas foram pagas em dinheiro vivo e sem emissão de nota fiscal,
segundo documentos elaborados pelo MPF (Ministério Público Federal) na
investigação da operação Eficiência, deflagrada nesta quinta (26) e que teve o
empresário Eike Batista como um dos alvos.
Em delação premiada, Renato e Marcelo Chaber, que atuaram
como operadores financeiros do político até o ano passado, revelaram um
pagamento no valor de 229 mil euros por meio de uma conta do banco BSI para a
H. Stern da Alemanha em 2015. O comprovante bancário foi anexado aos autos da
investigação.
A H. Stern confirmou a compra no valor de R$ 773 mil e
informou que o montante se refere "pagamento de um par de brincos e de um
anel de safira, nos valores de R$ 493 mil e R$ 280 mil que teriam sido
adquiridos pelo Sr. Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho, nos meses de maio e
junho de 2015".
Os delatores também apresentaram uma planilha com pagamentos
para a joalheria que totalizam o valor de R$ 669,9 mil entre agosto de 2014 e
janeiro de 2015.
Entre as despesas de Cabral que os operadores também pagaram
estão 11 peças da grife italiana Ermenegildo Zegna, a maioria ternos, que
custaram R$ 156 mil. Os pagamentos foram feitos por meio de depósitos em
espécie, entre 2014 e 2015.
Os delatores afirmaram que a partir de 2012 o fluxo de
dinheiro de propina de Cabral, que até então era remetido para o exterior via
operações como dólar-cabo, passou a ficar no Brasil. O dinheiro ilícito começou
a ser gasto com despesas no país.
O relatório do MPF diz ainda que os operadores eram os
responsáveis por usar o dinheiro ilegal para saldar custos como pagamentos de
funcionários de Cabral, previdência privada, encargos trabalhistas, médicos,
terapeutas, condomínio, IPTU, IPVA, seguro de carros e conserto de automóveis.
Segundo os delatores, só essas despesas giravam de em torno de R$ 220 mil
mensais. (Via: Folhapress)
Blog: O Povo com a Notícia