Parte do dinheiro utilizado para
a compra do então candidato a presidência Eduardo Campos (PSB), que morreu em
2014, partiu da nova empresa investigada pela Polícia Federal na operação Vórtex, deflagrada nesta
terça-feira (31). O superintendente da PF informou que não revelaria o nome da
companhia, nem dos sócios levados para depor na sede do órgão.
Segundo as investigações, esta companhia repassou R$
159.910 para a Câmara & Vasconcelos, empresa identificada como sendo apenas
de fachada na Operação Turbulência. Este exato valor foi repassado, dois dias
depois, para a empresa dona do avião que vitimou o ex-governador de Pernambuco.
“O que chamou a nossa atenção foram os valores fracionados
e transferências com apenas dois dias de diferença. O terceiro ponto é a conta
da Câmara & Vasconcelos, que era usada para lavagem de dinheiro, como se
quisesse mascarar quem estava fazendo aquela transferência”, apontou a delegada
Andrea Pinho.
Ao investigar mais a fundo a
empresa, a Polícia Federal resolveu levantar dados dos sócios e os seus
contatos. Foi visto, então, que as doações a candidatos e partidos políticos em
anos de campanha aumentaram exponencialmente. "Chama a atenção as doações
que essa empresa fez para campanhas eleitorais, a evolução de 2006 a 2014. Se
em 2006 eram da ordem de R$ 30 mil, de 2014 em torno de R$ 3,1 milhões para
deputados e partidos", detalhou o superintendente.
Dos R$ 87,5 milhões em contratos
com o governo do Estado, entre os anos de 2010 a 2016, R$ 75 milhões foram
registrados durante o período que o ex-governador esteve no poder. "Estamos levantando a procedência desses contratos, tem contratos com
outras instituições. Não quer dizer que esses contratos seja irregulares",
destacou Diniz.
Vórtex: A Operação Vórtex é originada na
Operação Turbulência, que investigava uma organização criminosa suspeita de
lavagem de dinheiro e de ter financiado a campanha do ex-governador. A atual
investigação analisa, principalmente, uma empresa identificada, mas não
investigada anteriormente.
Ao todo, foram emitidas dez
ordens judiciais, sendo seis mandados de busca e apreensão e quatro mandados de
condução coercitiva no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Todos os
conduzidos coercitivamente são sócios desta empresa, segundo a PF.
As buscas foram feitas nos
bairros de Boa Viagem e Pina, na capital pernambucana, e no município de
Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. (Via: G1 PE)
Blog: O Povo com a Notícia