O Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) denunciou na Justiça
Federal um grupo que agia no estado acusado de fraudar edições do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) e de vestibulares. Segundo o órgão, o esquema
visava a aprovação de candidatos principalmente em cursos de medicina em
instituições públicas e privadas de ensino superior.
De acordo com a denúncia, professores de um cursinho pré-vestibular com
sede em Campina Grande (PB) atuavam como “pilotos” - pessoas com alto grau de
conhecimento que faziam as provas e passavam os gabaritos para os candidatos.
As fraudes ocorriam em quatro municípios do Sul do Ceará: Juazeiro do Norte,
Barbalha, Porteiras e Brejo Santo.
Para ter sucesso, alguns candidatos se inscreviam como sabatistas –
religiosos que suspendem as atividades laborais até o pôr do sol. Eles entravam
nos locais de prova no mesmo horário dos demais, mas só iniciavam a prova à
noite. Nesse período, os “pilotos” respondiam a prova e passavam o gabarito por
mensagens de celular para os que ainda não haviam começado o exame.
O Ministério Público lista ainda outras estratégias, como a inscrição de
estudantes indevidamente como deficientes visuais, para receberem prova
ampliada e terem uma hora a mais para responder e, também, como oriundos de
escola pública, para ter acesso às vagas pelo sistema de cotas.
Sete pessoas foram denunciadas à Justiça por associação criminosa.
Destas, duas são proprietárias do cursinho. O Ministério Público também pede
que as aprovações dos denunciados nos vestibulares sejam anuladas e que eles
sejam desligados dos cursos nos quais ingressaram por meio das fraudes. (Via: Agência Brasil)
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