O desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2) Foto: Reprodução
Athié ficou afastado do cargo durante sete anos, por
ter sido alvo de uma ação do Superior Tribunal de Justiça sob acusação de
estelionato e formação de quadrilha, em 2004. Um inquérito contra ele, com as
mesmas acusações, foi arquivado em 2008 pelo STJ a pedido do Ministério Público
Federal. O órgão alegou não ter encontrado provas a respeito de Athié ter
proferido sentenças em conluio com advogados. Ele retomou às atividades em
2011, após decisão do STJ. O habeas corpus encaminhado ao Supremo Tribunal
Federal pela defesa de Athié foi acatado em 2013 para trancar a ação contra o
desembargador.
Os votos em colegiado de Athié também são polêmicos. A primeira turma do
TRF-2 é responsável pelo julgamento da Operação Pripyat, desdobramento da Lava Jato no
Rio responsável pelas investigações referentes à Eletronuclear. Athié era
relator do processo contra o ex-presidente da companhia, Othon Luiz
Pinheiro, e votou favoravelmente para revogar a prisão preventiva do
empresário, determinada pelo juiz Marcelo Bretas.
Foi nesta sessão que o desembargador comparou propina a gorjeta: “Nós temos que
começar a rever essas investigações. Agora, tudo é propina. Será que não é hora
de admitirmos que parte desse dinheiro foi apenas uma gratificação, uma
gorjeta? A palavra propina vem do espanhol. Significa gorjeta",
justificou.
Athié também envolveu-se em polêmicas referente ao bicheiro Carlinhos Cachoeira e o ex-presidente da
construtora Delta, Fernando Cavendish, sob acusações de lavagem de
dinheiro. O Ministério Público Federal solicitou o afastamento de Athié do caso após
ter concedido habeas corpus aos investigados. Antes que a decisão fosse tomada,
o desembargador declarou-se impedido. O MPF alegou que Athié é
amigo do advogado de Cavendish, Técio Lins e Silva.
Em dezembro de 2016, a ex-primeira dama do Rio de Janeiro, Adriana
Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral, ainda estava detida.
Athié foi o único desembargador que defendeu prisão domiciliar
para Adriana, sob a justificativa de que ela deveria cuidar dos
filhos. Em março de 2017, Bretas concedeu prisão domiciliar à ex-primeira dama
e em agosto do ano passado, ela foi liberada da prisão domiciliar também por
Bretas. (Via: Estadão)
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