O Parlamento iraquiano aprovou
neste domingo (5) uma resolução que pede ao governo que expulse tropas
estrangeiras no Iraque e que garanta que elas não usem o território, o espaço
aéreo e o aquático do país de nenhuma forma. O governo iraquiano precisa aprovar
o pedido.
A medida, que afeta as tropas americanas no país, foi discutida em meio ao
agravamento de tensões na região, depois que o general Qassim Suleimani,
principal comandante militar iraniano, foi morto em um ataque americano a um
aeroporto em Bagdá, capital do Iraque.
O general recebeu homenagem de iraquianos, que fizeram uma marcha
carregando o caixão pela capital do país, Bagdá, neste sábado (4), sob gritos
de “morte aos EUA”.
A resolução foi aprovada durante uma sessão extraordinária no Parlamento
iraquiano, transmitida ao vivo pela televisão estatal e acompanhada pelo
primeiro-ministro do país, Adel Abdel Mahdi.
O texto afirma que governo deve "se comprometer a revogar seu pedido
de assistência da coalizão internacional que luta contra o Estado Islâmico devido
ao fim das operações militares no Iraque e à conquista da vitória".
O primeiro-ministro já havia recomendado ao Parlamento que discutisse o
fim da presença estrangeira no país o quanto antes.
"Apesar das dificuldades internas e externas que devemos enfrentar, é
melhor para o Iraque", disse Mahdi.
As tropas americanas lutaram no Iraque entre 2014 e 2017 contra o Estado
Islâmico (EI) e hoje somam cerca de 5.000 pessoas no país.
A coalizão liderada pelos Estados Unidos para lutar contra o EI afirmou
que vai interromper suas atividades. Segundo o jornal The New York Times, o
comando dos EUA afirmou que as atividades serão pausadas e revistas depois de
ataques a bases americanas e iraquianas nas últimas semanas -em um deles, um
segurança privado americano foi morto. A prioridade das tropas, a partir de
agora, será fortalecer seus postos.
O ministério das Relações Exteriores do Iraque também convocou, neste
domingo, o embaixador dos EUA para tratar do ataque americano em solo iraquiano
que resultou na morte do general Suleimani.
O órgão afirmou que a ação foi "uma violação da soberania do Iraque e
de todas as normas internacionais que regulam a relação entre dois
países".
Bagdá também apresentou uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU contra
"ataques americanos". O corpo do do general Qassim Suleimani foi
recebido no Irã neste domingo por centenas de milhares de pessoas, em meio a
manifestações contra os Estados Unidos. (Via: Folhapress)
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