Pelo terceiro dia consecutivo, o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou que está descartada a taxação de
energia solar no Brasil e ameaçou demitir quem falar sobre o assunto no
governo.
"[Sobre a energia solar] Eu que estava pagando o pato e eu decidi: Ninguém mais conversa, eu que sou o presidente. Se alguém conversar eu demito, cartão vermelho. E decidi, acertando com Alcolumbre e Maia, tanto que Aneel, pelo que ouvi ontem, não vai mais taxar", afirmou nesta terça-feira (7) ao sair do Palácio da Alvorada.
"[Sobre a energia solar] Eu que estava pagando o pato e eu decidi: Ninguém mais conversa, eu que sou o presidente. Se alguém conversar eu demito, cartão vermelho. E decidi, acertando com Alcolumbre e Maia, tanto que Aneel, pelo que ouvi ontem, não vai mais taxar", afirmou nesta terça-feira (7) ao sair do Palácio da Alvorada.
O presidente criticou também a atuação de lobistas sobre o tema.
"Você pode ver, a questão da energia solar, existia gente interessada em
taxar, tá certo? Interessado em taxar, é o tempo todo taxando o povo. O povo tá
com cara de tacho de tanto ser taxado no Brasil. Não existe negociação comigo
para atender qualquer grupo de lobistas. Consegui resolver porque tive apoio do
Rodrigo Maia, tive apoio do Davi Alcolumbre, se não não teria resolvido."
Bolsonaro se reúne nesta terça pelo segundo dia seguido com o diretor da
Aneel (Agência Nacional Energia Elétrica), Rodrigo Limp Nascimento. Ele já
havia falado sobre o tema em três oportunidades anteriores. A primeira delas
foi por meio de um vídeo publicado nas redes sociais no domingo (5).
"O presidente da Câmara porá em votação Projeto de Lei, em regime de
urgência, proibindo a taxação da energia gerada por radiação solar. O mesmo
fará o presidente do Senado", disse. Ao sair do Palácio da Alvorada nesta
segunda-feira (6), o presidente reforçou o que havia afirmado nas redes.
"Está uma comoção nacional sobre a energia solar. O governo, a
decisão é minha, nenhum ministro, nenhum secretário, ninguém mais fala no
assunto, está proibido falar no assunto. O governo não participa de qualquer
reunião mais para tratar desse assunto. É tarifa zero", disse.
Mais tarde, Rodrigo Maia usou as redes sociais para corroborar o que foi
dito pelo presidente. "Acabei de ver um vídeo do presidente Jair Bolsonaro
criticando qualquer nova taxação de energia solar. Concordo 100% com ele e
vamos trabalhar juntos no Congresso, se necessário, para isso não
acontecer."
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também saiu em defesa de uma não
taxação.
"Conversei, ontem com o presidente da República Jair Bolsonaro e reafirmei
que sou contra à criação de novos impostos aos brasileiros", disse. "Meu compromisso como presidente do Senado é em defesa do Meio
Ambiente e do cidadão brasileiro. Sou contra a taxação da energia solar, setor
importante da energia limpa, que está em potencial crescimento. Reafirmo que
sou contra à criação de novos impostos aos brasileiros."
Em vídeo publicado em suas redes no domingo (5) à noite, Bolsonaro disse
que se dependesse dele, não haveria uma revisão para aumentar a tarifa da
energia solar no país. "É posição do presidente da República, no que
depender de nós, não haverá taxação da energia solar", afirmou.
Ele reconheceu, no entanto, que quem decide a questão é a entidade
reguladora Aneel. "É uma agência autônoma. Seus integrantes têm mandato, e
eu não tenho qualquer ingerência sobre eles. A decisão é deles", disse.
"Deixo claro que nós, do governo, não discutiremos mais esse
assunto."
Com a meta de incentivar a geração de energia pelo Sol, a Aneel
estabeleceu, em 2012, que o dono da casa onde fossem instalados painéis solares
não pagaria encargos, subsídios e tributos pela produção, pelo consumo ou pela
distribuição do excedente de energia. A própria agência, porém, já previa uma
revisão desta medida em 2019.
No ano passado, houve uma grande discussão acerca do tema. De um lado, as
distribuidoras de energia alegavam que os incentivos dados estavam gerando
custos para elas e os demais consumidores. Na outra ponta, o argumento era que
o estímulo à energia limpa solar ainda se mostrava necessário porque o segmento
não alcançou a maturidade desejada no país.
De fato, a energia solar, no todo, ainda é incipiente. Segundo dados da
Aneel, ela representa apenas 1,2% da matriz elétrica brasileira. É a sétima
fonte, longe dos 61% das hidrelétricas e atrás da sua maior competidora, a
eólica, que fica com 8,7%. A modalidade dessa geração saiu quase do zero em
2012, para mais de 660 megawatts atualmente.
Uma consulta pública sobre o tema estava aberta na agência reguladora até
o dia 30 de dezembro de 2019. As propostas levadas à Aneel deverão agora ser
apresentadas e discutidas. A projeção do mercado é que o debate se arraste até
o meio deste ano.
Na segunda, ele disse que a medida estimularia a geração de energia e
seria uma saída para abastecer a demanda por energia no Brasil, caso haja
crescimento da indústria este ano. "Isso vai estimular a geração de
energia porque o Paulo Guedes bem sabe e nos adverte se o Brasil crescer no
corrente ano nós vamos ter que ou rezar para que chova mais ou buscar outras fontes
de energia para suprir a demanda com o crescimento da indústria
brasileira", disse. (Via: Agência Brasil)
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