Socialite.activate (elemento, 'Widget');

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Briga de Ana Arraes e João Campos expõe 'monarquia socialista' de Pernambuco


Monarquias, quando bem estabelecidas na cultura popular, costumam só serem abaladas por eventos internos. São raras as que não caem somente de dentro pra fora, expostas por algum escândalo. Em tempos nos quais Pernambuco é exaltado no Twitter com a expressão #Pernambucomeupaís, a "monarquia socialista" que governa o Estado parece começar a se abalar, não pela voz da oposição que grita à porta dos palácios há anos sem muito sucesso, mas pelos verbos e, principalmente, pelos adjetivos e substantivos que saem da boca da matriarca da família, Ana Arraes.

Desde a morte do filho, o ex-governador Eduardo Campos, a filha de Miguel Arraes parecia que iria manter-se quieta em seu cargo no TCU, sendo mais técnica que política. Até que os ataques de João Campos contra o próprio tio, e filho de Ana, Antônio Campos, despertaram a mulher que, até antes de João, tinha a maior votação da história de PE para a Câmara Federal. Em 2010, Ana teve 387 mil votos. João Campos teve 460 mil votos em 2018.

Mas, apenas ter poderio histórico e político não é o mais importante nessa análise. O fato é que às vozes da oposição que gritavam para os muros dos palácios ganharam o reforço de ninguém menos que a avó do principal herdeiro, de forma ativa e disposta a não deixar passar nenhuma oportunidade para desnudá-lo perante os súditos e até mesmo dentro dos muros, entre os mais fieis companheiros. Estava faltando em Pernambuco, uma boa história de crise familiar monárquica. A família real, pelo que se sabe, já existe.

Caso seja candidato, João Campos terá que ir além de provar que mesmo não tendo experiência terá capacidade de governar o Recife a partir de 2021. Seu segundo maior problema, depois desse, será explicar por qual motivo nem a própria avó, mãe de Eduardo Campos e filha de Miguel Arraes, apoia sua candidatura. No imaginário popular, avós são seres capazes de apoiar tudo que os netos façam pelo amor que sentem por eles. Isso pode pesar. (Por Igor Maciel é colunista de política do Jornal do Commercio)

Blog: O Povo com a Notícia