A Guarda Revolucionária do Irã
(GRI) reivindicou um grande ataque com mísseis contra ao menos duas bases
iraquianas que abrigam militares dos Estados Unidos na madrugada desta quarta
(8, terça à noite no Brasil). Os alvos foram a base aérea de Ain al Assad, no
oeste do país, e uma base em Erbil, quarta maior cidade do Iraque e capital da
região autônoma do Curdistão.
O ataque ocorre após grupos armados pró-Irã prometerem unir forças para
responder à ofensiva de um drone americano que na sexta-feira (3) matou o
general iraniano Qassim Suleimani e o líder militar iraquiano Abu Mahdi al
Muhandis em Bagdá. Suleimani chefiava a força de elite da GRI, chamada Quds.
O Pentágono confirmou que os mais de 12 mísseis foram lançados pelo Irã.
"Está claro que esses mísseis foram lançados do Irã e tinham como alvo
duas bases militares iraquianas onde havia tropas americanas e aliados em
Al-Assad e Irbil", disse que Jonathan Hoffman, assistente do departamento
de Defesa. "Estamos trabalhando nas avaliações iniciais dos danos."
Segundo ele, as bases estavam em alerta máximo por conta de
"indicações de que o regime iraniano planejava atacar" forças
americanas na região. De acordo com um oficial americano, os ataques iranianos
começaram exatamente à 1h20, mesmo horário em que Suleimani foi morto por uma
bomba americana que explodiu no aeroporto de Bagdá.
O revide começa no dia em que o cortejo fúnebre de Suleimani chegou à sua
cidade natal, Kerman, depois de passar pelo Iraque e por diversas cidades do
Irã. Uma confusão na procissão de centenas de milhares de pessoas em Kerman
deixou ao menos 56 mortos e 213 feridos.
"A vingança feroz da Guarda Revolucionária já começou", disse a
Guarda Revolucionária Islâmica do Irã em um comunicado no canal Telegram,
segundo o jornal The New York Times.
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, o presidente Donald
Trump está a par do ocorrido e monitorando a situação junto a especialistas de
segurança do governo. Ele deve fazer um pronunciamento nas próximas horas.
A base aérea de Ain al Assad atingida fica na província de Anbar, a cerca
de 200 km de Bagdá, e recebeu uma visita de Trump em dezembro de 2018.
Após o ataque, o Pentágono afirmou que tomaria todas as medidas
necessárias para proteger os soldados na região. Mais de 5.000 tropas dos EUA
permanecem no país, juntamente com outras forças estrangeiras, como parte de
uma coalizão que treinou e apoiou as forças de segurança iraquianas contra a
ameaça de militantes do Estado Islâmico.
Mais cedo na terça, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, disse que
os Estados Unidos deveriam antecipar a retaliação do Irã pelo assassinato de
Soleimani. "Acho que devemos esperar que eles retaliem de alguma
forma", disse Esper em entrevista coletiva no Pentágono. "Estamos
preparados para qualquer contingência. E então responderemos adequadamente ao
que eles fizerem."
O Parlamento do Irã aprovou nesta terça uma lei
que designa as Forças Armadas dos Estados Unidos como "terroristas",
ao passo em que a GRI pediu a retirada total do Exército americano do país. (Via: Folhapress)
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