O ministro da Segurança e da Justiça Sérgio
Moro afirmou na noite desta segunda-feira (20), durante a participação no
programa Roda Viva, que as informações divulgadas pelo The Intercept Brasil não
passam de “um monte de bobajarada”. Moro minimizou as revelações que apontaram
condutas ilegais da época em que ele era juiz durante
a operação Lava Jato. O atual ministro alegou que o que aconteceu na
altura foi um uso político das informações com a intenção de lhe prejudicar.
“Esse
é um episódio menor. Nunca entendi a importância daquilo. Foi usado
politicamente. Para soltar prisioneiros condenados. Tenho a consciência
tranquila do que fiz como juiz”, disse.
Quando
questionado sobre o vazamento do áudio da conversa entre Lula e Dilma em março
de 2016, o ministro afirmou que foi dada muita importância a um conteúdo
que ‘não merecia atenção’.
“Existe
ali uma tentativa de obstrução da justiça naqueles áudios. Foi uma decisão
fundamentada e tornei o áudio público. Não houve manipulação. Aqueles áudios
revelavam uma tentativa de obstrução da justiça. Nada ali foi objeto de
manipulação (…) O Gilmar Mendes deve assumir suas responsabilidades”, disse em
resposta ao diretor da sucursal de Brasília da Folha de São Paulo, Leandro
Colon.
Moro
também foi questionado sobre a influência de vazamentos em eleições, afirmando
que não houve dois pesos diante do caso de Palocci e de Lula. “O episódio do
Palocci é superdimensionado. O que ele falou em audiências públicas está no
depoimento dele por escrito. No depoimento do Lula, teve toda uma mobilização.
Correligionários ameaçavam violência. Aquilo galvanizou a atenção do país. É
uma diferença de grau”.
O
ministro da Justiça desviou de esclarecimentos sobre o que pensava a respeito
dos ataques do presidente à imprensa.
Caso Marielle
Sergio
Moro assegurou que o governo federal é o maior interessado em elucidar as
questões por trás do assassinato da ex-vereadora do PSOL, Marielle Franco.
“Defendi que essa era uma investigação prioritária. Quando o caso estava com a
Polícia Civil do Rio, havia sido incluída uma testemunha fraudulenta. Demos o
apoio, como trabalho da Polícia Federal, para que as investigações retomassem o
rumo certo”.
Ao
mesmo tempo, Moro expôs que acredita que o melhor seria levar a investigação da
morte da vereadora para a Justiça federal. “Quando falei isso, familiares
da Marielle disseram que não deveria federalizar. Com medo de que o governo
fizesse algo de errado com a investigação. Achei melhor sairmos do caso”.
Documentário
O
ministro da Justiça revelou durante a entrevista ao Roda Viva que assistiu no
último final de semana ao documentário Democracia em Vertigem, de Petra Costa,
que foi indicado ao Oscar. O ex-juiz comentou sobre o longa no contexto de uma
pergunta a respeito das condenações da Lava Jato.
“Não
teve ninguém que foi condenado injustamente. O que teve foi um esquema
criminoso, que afetou a Petrobras , que envolvia pagamento de suborno em todo
contrato da Petrobras, e isso alimentava diretores, gerentes e partidos
políticos. E não foi só para financiamento ilegal como vi em um documentário
que foi divulgado, tive a curiosidade de ver no final de semana. E fala que foi
financiamento. Não. Foi enriquecimento ilícito. Quase quebraram a empresa”.
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