A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (02), uma nova fase da operação sobre desvios na aplicação de recursos de combate à covid-19 para a construção de um hospital de campanha pelo Governo do Amazonas e cumpre um mandado de prisão temporária contra o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo.
Os policiais também cumprem mandados de busca e apreensão contra o governador Wilson Lima (PSC) e outros alvos.
O secretário de Saúde Marcellus Campêlo é um dos alvos de mandado de prisão. Ele não foi encontrado em dois endereços nos quais foi procurado.
Ao todo, a PF cumpre 19 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária em Manaus e Porto Alegre, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A ação foi autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o pernambucano Francisco Falcão, e solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). É a quarta fase da Operação Sangria, que já tinha cumprido buscas contra o governador nas fases anteriores.
O governador Wilson Lima entrou na mira da CPI da Covid e foi convocado para prestar depoimento sobre supostos desvios na saúde durante a pandemia.
Além da ação da PF, Wilson Lima enfrenta na manhã desta quarta-feira (9) o julgamento, pela Corte Especial do STJ, de uma denúncia por supostas fraudes na compra de respiradores. No ano passado, o governo comprou respiradores, sem licitação, de uma importadora de vinhos. O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida, também responde à denúncia, junto com outras 16 pessoas.
Marcellus é o segundo secretário de Saúde do Amazonas a ser preso. Sua antecessora, Simone Papaiz, foi presa em junho do ano passado em uma das fases da operação. A PF também cumpre outros cinco mandados de prisão temporária, contra representantes das empresas suspeitas de envolvimento nos desvios.
Ainda de acordo com o blog do Jamildo, nesta nova fase, a PGR apura irregularidades na contratação de um estabelecimento privado, o Hospital Nilton Lins, para recebimento de pacientes com Covid-19, pelo valor de R$ 2,6 milhões para três meses de funcionamento. Segundo a investigação, o governador teria direcionado a contratação do hospital sem observar os requisitos legais. Também há suspeitas de que contratos com empresas para fornecer material para a estrutura temporária do hospital estariam superfaturados.
O ministro Francisco Falcão, do STJ, também autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Wilson Lima e dos outros alvos da operação.
Blog: O Povo com a Notícia