A Polícia Federal prendeu quatro suspeitos de fraudar 1.505 aposentadorias do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e causar prejuízo de R$ 76 milhões aos cofres públicos. Os mandados de prisão preventiva foram cumpridos em Goiânia. Na casa de um dos investigados, a operação apreendeu R$ 30 mil em espécie.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela Polícia Federal. Por
isso, o G1 não localizou a defesa deles para se manifestar sobre a operação.
Além das prisões, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e um
de medida restritiva em Serra Talhada e Goiânia (PE), Paranã (TO) e São José
dos Campos (SP).
Ao longo da investigação, a polícia descobriu que uma servidora do INSS
atuava em favor do companheiro, de dois irmãos dele e de um sobrinho, além de
diversos agenciadores. De acordo com a PF, essa operação é mais uma parte da
investigação que já teve cumprimento de mandados de busca e apreensão no mês
passado em Goiás.
Os investigados poderão responder na Justiça por organização criminosa,
estelionato contra o INSS, peculato, inserção de informações falsas em sistemas
de informação da previdência, lavagem de dinheiro, além de outros crimes, com
penas que podem passar de 41 anos de prisão.
De acordo com a Polícia Federal, a economia proporcionada,
considerando-se a expectativa de sobrevida projetada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia Estatística (IBGE), chega a R$ 1,4 bilhão, relativos aos valores
que seriam desembolsados para pagamentos futuros aos beneficiários.
Esquema
A investigação, iniciada em setembro deste ano, constatou que o modo de
agir do grupo consistia principalmente em:
Inclusão de tempo de contribuição e salários nos cálculos dos benefícios
sem registros dos vínculos empregatícios e/ou recolhimentos como contribuinte
individual ou empregado doméstico no Cadastro Nacional de Informações Sociais
(CNIS);
Inexistência do registro digital na base de Gerenciamento de Tarefas do
INSS/GET, dos documentos que comprovassem os tempos de contribuições utilizados
na concessão dos benefícios;
Retroação da data de início do benefício em quase um ano antes da
concessão para gerar alto montante de valores atrasados que eram repassados aos
participantes do grupo na fraude.
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